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Duas décadas em prol da ciência: Os 20 anos da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica

A olimpíada favorita dos amantes do céu completa em 2017 sua 20ª edição, contando com a participação de mais de 8 milhões de estudantes até hoje. Segundo o astrônomo e professor organizador João Canalle, o evento que é realizado todo ano por todo o país e até tendo participações de escolas no Timor Leste, Moçambique e Japão, tem como objetivo trazer “a maior quantidade de informações sobre as ciências espaciais para a sala de aula, despertando o interesse nos jovens”. 

Além da Olimpíada de Astronomia e Astronáutica em si, foram criadas a Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG) que tem cerca de 90 mil participantes por ano lançando seus foguetes aos céus do Brasil, as Jornadas Espaciais, as Jornadas de Foguetes, os Acampamentos Espaciais e os Encontros Regionais de Ensino de Astronomia (EREA), estes últimos já tendo capacitado mais de 6.200 professores em todo o país.

Nesses longos 20 anos, a Olimpíada com certeza teve sua parcela na divulgação científica nacional, tão desvalorizada como mostra o corte de investimentos que a ciência sofreu em 2017, e atraiu o interesse de muitos jovens para o estudo da Astronomia. As provas são somente a parte técnica que tem como intuito incentivar crianças e adolescentes a aprofundar seus conhecimentos, e quando o fazem, podem colocá-los a teste e conquistar medalhas e certificados, que abrem as portas para um mundo de descobertas e realizações.

“Ou seja, elas (a olimpíada em conjunção com as atividades relacionadas) não só contribuem na divulgação, mas também permitem que os talentos dos alunos se revelem mais cedo. Também permitem que alunos, professores e escolas testem o desempenho dos seus alunos anualmente, em provas elaboradas fora do âmbito escolar, no âmbito das sociedades científicas que organizam estas olimpíadas; portanto, de forma isenta em caráter nacional. Logo, não há dúvida que as olimpíadas contribuem, não só com a popularização, mas até com a capacitação dos professores em temas bem distintos das áreas nas quais eles se formaram” afirma Canalle, que ressalta o papel de universalização da ciência ao abranger alunos com interesses variados e professores cuja especialização muitas vezes não inclui astronomia.

Professor Organizador João Canalle.

Ademais, a Olimpíada aposta também em um planetário digital inflável para levar a astronomia interativa ainda mais perto dos alunos e professores por todo o Brasil. Contam também com as participações contínuas nas Olimpíadas Internacionais de Astronomia e Astrofísica (IOAA, em sigla), tendo realizado a edição de 2012 no Brasil, e na Olimpíada Latino Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA), o qual ajudaram a fundar e também conseguiram realizar três no Brasil – explica Canalle.

Atualmente, a Olimpíada conta com a ajuda de uma “vaquinha” online para arrecadação de fundos, para que a 11ª edição da Mostra Brasileira de Foguetes possa acontecer. O objetivo é arrecadar o valor de 50 mil. Para contribuir, basta acessar o site da arrecadação.

Fonte: Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica.

Maria Vitória Moura Cabrera

Maria Vitória Moura Cabrera

Um universo de átomos e um átomo no universo. Medalhista olímpica nacional e internacional, divulgadora científica e pesquisadora em Magnetismo. Entusiasta de todas as ciências que desvendam o universo. Fã de indie rock, sushi e de tipos de personalidade.