Comemorado em 23 de novembro, o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce da doença e da necessidade de políticas públicas que ampliem o acesso desses pacientes a um tratamento de qualidade. Para marcar a data, o diretor do serviço especializado da MND Piracicaba, Pedro Arouca, aborda as aplicações da medicina nuclear para esse tipo de pacientes.
“A especialidade usa quantidades mínimas de substâncias radioativas (radiofármacos), como ferramenta para visualizar o funcionamento dos órgãos e tecidos vivos em pleno funcionamento. Dessa forma, é possível realizar imagens para diagnosticar ou mesmo acompanhar o desenvolvimento de um tumor”, conta.
Alta resolução
Entre os principais exames utilizados em pacientes pediátricos, está a cintilografia, ferramenta de diagnóstico que usa elementos radioativos diferentes para analisar partes específicas do organismo. Esse tipo de estudo é utilizado na investigação tanto de doenças benignas quanto tumores malignos que se manifestam em todos os sistemas do corpo humano, tais como o urinário, gastrointestinal e musculoesquelético, entre outros.
Na cintilografia, pequenas quantidades desse material radioativo são inseridas no organismo por injeção, ingestão ou inalação. O cálculo das doses para as crianças leva em consideração o peso corporal, mantendo a radiação recebida muito baixa, sendo, na maioria das vezes, menor que a de outros procedimentos radiológicos, como a tomografia computadorizada.
Nesse tipo de procedimento, as doenças são detectadas pelas alterações biológicas e funcionais que podem causar. Dessa forma, a cintilografia é usada para diagnosticar, estadiar, tratar ou acompanhar a evolução da doença.
“O procedimento é utilizado, por exemplo, na investigação de Osteosarcoma, tumor ósseo maligno primário mais comum em crianças e adolescentes. Nesses casos a cintilografia óssea trifásica consegue avaliar a agressividade da lesão, além de pesquisar por metástases e avaliar a resposta ao tratamento. O mesmo protocolo pode ser usado para casos de Sarcoma de Ewing, segundo tumor ósseo maligno mais comum na infância”, finaliza.