Por Carlos Zahumenszky
Publicado no Gizmodo
Titã tem algumas coisas em comum com a Terra. Como o nosso planeta, a lua de Saturno tem uma atmosfera densa. Também tem oceanos líquidos, mesmo que sejam de metano. Dois novos estudos independentes encontraram uma terceira semelhança bastante curiosa: seus oceanos têm um nível global.
Em outras palavras, não há muita diferença no nível dos oceanos e lagos de hidrocarbonetos de Titã em comparação com o Oceano Pacífico e o Oceano Atlântico.
Pode parecer evidente, mas é que grandes massas de líquido em um planeta não precisam preencher os buracos em sua superfície de forma uniforme até estarem no mesmo nível. Para que façam isso, eles precisam, em primeiro lugar, que haja uma gravidade suficiente. A segunda condição é que essas massas de líquido se comuniquem de alguma forma.
Na Terra é óbvio que se comunicam, mas e Titã? É aqui que o assunto fica interessante. O primeiro estudo publicado é precisamente o mapa mais preciso que temos de Titã até o momento, extraído dos dados da sonda Cassini. Ainda existem algumas zonas sombreadas nesse mapa, mas, em geral, podemos garantir que os oceanos de hidrocarbonetos do satélite não são tão vastos como para se comunicar de uma forma visível.
Se eles não se comunicam com a superfície, a conclusão mais lógica é que eles fazem no subsolo, mas isso é apenas uma hipótese. Alex Hayes e sua equipe suspeitam que a crosta de Titã é porosa e conta com numerosos canais subterrâneos de hidrocarbonetos que são responsáveis por manter esse nível global.
Até o momento, isso é apenas uma conjectura, mas é uma que nos dá mais razões do que nunca para enviar uma sonda para examinar sua superfície e coletar mais dados do subsolo. Essa é uma das missões que a NASA está estudando para 2019.
Os estudos podem ser lidos aqui e aqui.