Exoplanetas são corpos semelhantes aos planetas que giram ao redor do Sol, mas que se encontram fora do sistema Solar. A formação desses corpos ocorre por um processo de acréscimo (aglutinação) de gás e poeira em um disco que se forma ao redor da estrela ao longo do seu nascimento.
A importância do estudo sobre os exoplanetas é muito vasta, vai desde entender como os planetas são formados e como eles evoluem, até responder uma das perguntas mais antigas e instigantes da humanidade: “estamos sozinhos no universo?” Para estudar essa área da Astronomia, nos últimos anos ocorreu um crescimento exponencial em número de pesquisadores e em financiamento. Por exemplo, três satélites da Agência Espacial Norte Americana (NASA) e da Agência Espacial Europeia (ESA), CoRoT, Kepler e TESS já foram lançados para entender melhor esses objetos, como também para realizar buscas por planetas semelhantes à nossa Terra.
Desde o final do século passado já era conhecida a existência de planetas ao redor de estrelas isoladas como o nosso Sol. No entanto, até pouco tempo atrás os astrônomos se perguntavam: “planetas podem ter duas estrelas mães?” Inicialmente acreditava-se que seria bem complicado para um planeta existir ao redor de duas estrelas, isso porque, dependendo da separação entre elas existe uma grande região de instabilidade orbital que não permite a formação de corpos como os exoplanetas. No entanto, graças à missão Kepler da NASA, hoje sabemos que planetas existem sim ao redor de duas estrelas. Entretanto, todos os sistemas descobertos até então, são compostos por estrelas vivas, aquelas que ainda queimam o hidrogênio no seu núcleo. Desta forma, uma questão foi levantada nos últimos anos: Os exoplanetas sobreviveriam às fases eruptivas da evolução das suas estrelas mães?
Pela primeira vez, uma equipe de 9 astrônomos brasileiros liderada pelo Dr. Leonardo A. Almeida do Departamento de Física Teórica e Experimental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, mostrou que a variação no período orbital de uma binária evoluída observada pelo satélite Kepler (nomeada de KIC 10544976) não pode ser explicada pela atividade magnética. Dessa forma, a solução mais plausível é a presença de um planeta gigante com massa próxima a 13 massas de Júpiter. O artigo com os resultados foi publicado na conceituada revista americana The Astronomical Journal.
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