Por Mark Garcia
Publicado pela NASA
Engenheiros da NASA completaram dois testes-chave na semana passada (18/03) para garantir que a espaçonave Órion da agência esteja pronta, desde a sua decolagem até o pouso para as missões na Lua. Equipes testaram com sucesso um dos motores do Sistema de Abortamento de Lançamento da Órion, que é responsável por garantir a segurança à tripulação em uma situação de emergência durante o lançamento. Além disso, eles completaram os testes no mar, para a qualificação do sistema usado para erguer o Órion depois de aterrissar no oceano.
A realização do teste só foi possível graças a sua instalação em Elkton, Maryland. A empresa Northrop Grumman iniciou um motor para o sistema de abortamento de lançamento da Órion. O motor de controle de altitude é responsável por orientar o módulo da tripulação para o pouso caso a viagem de Órion ao espaço sofra alguma falha durante o lançamento ou a subida. Esse motor é essencial porque ajuda a estabilizar a espaçonave Órion e controlar sua trajetória à medida que se afasta do foguete. Durante testes de 30 segundos, o motor produziu mais de 7.000 libras de Impulso de oito válvulas. O experimento foi o primeiro de uma série de avaliações destinadas a qualificar o motor de controle de atitude para as missões tripuladas.
O sistema de abortamento de lançamento da Órion está posicionado no topo do módulo da tripulação e é projetado para proteger os astronautas durante sua viagem ao espaço. Ele é bastante sensível e pode ser ativado em milissegundos para colocar o módulo da tripulação em segurança, caso seja necessário. A estrutura consiste em três motores de foguete sólidos: o motor de aborto que afasta o módulo da tripulação de um foguete; o motor de controle de atitude que pode guiar o Órion em qualquer direção sob comando e; o motor de ignição que se inflama para separar o sistema de aborto de lançamento da espaçonave, de modo que a espaçonave esteja livre para implantar seus paraquedas para ajudar no pouso.
Esses pontos são necessários para garantir a segurança contínua de toda a tripulação durante a missão, incluindo sistemas usados para ajudar a devolver os astronautas à Terra. Na costa da praia do Atlântico, Carolina do Norte, os engenheiros testaram o sistema de verticalização do módulo da tripulação (CMUS) para garantir que a cápsula possa ser orientada para o lado direito, uma vez que retorne de suas missões espaciais.
Quando a Órion cair no oceano, ela pode se acomodar em uma das duas posições. No cenário mais ideal, a cápsula é orientada com o escudo de calor na água e suas janelas, e sai da água. O módulo da tripulação também poderia aterrissar com o topo submerso na água e o escudo térmico virado para o céu. O CMUS implanta cinco airbags laranjas brilhantes para virar a cápsula para o lado direito no caso do Órion cair de cabeça para baixo. Demoraria menos de quatro minutos para o sistema erguer a cápsula para ajudar a proteger os astronautas que voltam para casa de futuras missões espaciais.
Em uma perfeita situação de pouso pós-missão, todos os cinco airbags da espaçonave seriam usados para reorientar a cápsula, e enquanto este é o cenário mais provável para a recuperação de cápsulas, a NASA pretende estar pronta para qualquer situação. Vários testes realizados com uma maquete da cápsula da tripulação Órion demonstraram que, mesmo que um dos airbags não consigam inflar, o CMUS ainda seria capaz de funcionar conforme o esperado.
O sistema foi previamente testado no Neutral Buoyancy Lab, uma piscina gigante no Centro Espacial Johnson da NASA em Houston, que foi usado inicialmente para o treinamento de astronautas, assim como na costa de Galveston, Texas. Os engenheiros também queriam testar o sistema de verticalização em ondas mais desafiadoras, semelhantes àquelas em que o Órion deverá pousar, e fizeram uma parceria com a Guarda Costeira para testar o CMUS no Oceano Atlântico.
No local, os engenheiros experimentaram quatro configurações diferentes do CMUS durante vários dias de testes. Esses testes verificaram a capacidade do sistema de funcionar em diferentes condições de onda e demonstraram como o CMUS protegeria a tripulação em vários cenários hipotéticos de pouso.
“Realizar testes integrados em grande escala como este no mar é muito complexo. As conquistas recentes da CMUS foram o resultado de anos de trabalho e planejamento neste sistema crítico necessário para permitir a recuperação segura da tripulação das futuras missões da Órion”, disse Tara Radke, gerente do Sistema Integrado de Aterrissagem e Recuperação do Órion. “Sou grato a nossa equipe dedicada pelo apoio que fez desses testes um grande sucesso”.
Com o sucesso de ambos os testes, a equipe Órion está bem encaminhada para verificar se a espaçonave está pronta para missões na Lua e além, complementa ela.