Por Ann Gibbons
Publicado na Science
Há mais de 5.700 anos, uma garota cuspiu uma goma de mascar no que agora é um sítio arqueológico na Dinamarca. Os pesquisadores relataram na Nature Communications que sequenciaram um genoma completo com base na goma – é a primeira vez em que os cientistas extraem tanta informação de algo que não é um osso ou dente antigos.
Embora não tenham sido encontrados restos humanos no local de Syltholm, os arqueólogos encontraram na goma uma casca de bétula. O DNA na casca estava tão bem preservado que os pesquisadores foram capazes de fornecer um vislumbre da garota que o havia mastigado, incluindo uma descrição aproximada de sua vida.
A criança (representada artisticamente acima) tinha cabelos pretos, olhos azuis e pele escura e estava mais intimamente relacionada com caçadores-coletores da Europa Ocidental do que com agricultores que se estabeleceram mais recentemente na região. Ela deixou vestígios de sua refeição mais recente na goma – ela estava mascando avelã e pato. Mas seu microbioma oral também revelou que ela pode ter tido uma vida difícil – ela tinha o vírus Epstein-Barr e, provavelmente, sofria de mononucleose em sua vida.
No ano passado, os pesquisadores obtiveram algumas sequências genéticas de uma goma ainda mais antiga da Escandinávia. Como previsto, esses achados agora estão se tornando um recurso útil para os pesquisadores.