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Transformando lixo plástico em gás hidrogênio e nanotubos de carbono

Por Bob Yirka
Publicado na Phys

Uma equipe de pesquisadores do Reino Unido, China e Arábia Saudita desenvolveu um processo para converter lixo plástico em gás hidrogênio e nanotubos de carbono. Em seu paper publicado na revista Nature Catalysis, o grupo descreve seu processo e como funcionou bem quando testado.

Nas últimas décadas, descobriu-se que os plásticos são a principal forma de poluição – além das bilhões de toneladas de plástico em aterros sanitários em todo o mundo, grandes quantidades do material vão parar no meio ambiente, onde o clima e outros fatores têm a missão de decompô-lo. Os microplásticos que se fragmentam foram encontrados em lagos, rios e riachos e em todos os oceanos do mundo, prejudicando plantas e a vida selvagem. Um dos principais fatores que impulsionam a poluição do plástico é a falta de uma forma de reciclá-lo. Em vez disso, o material é simplesmente descartado. Nessa nova pesquisa, os pesquisadores descobriram uma maneira de reciclar plásticos comuns usados no consumo cotidiano em uma fonte utilizável de energia e uma fonte utilizável de fabricação de nanotubos de carbono.

O processo envolveu a pulverização das amostras de plástico – isso foi feito usando micro-ondas com óxido de alumínio e óxido de ferro servindo como catalisadores. As micro-ondas permitiam aquecer os catalisadores sem aquecer os plásticos – em vez disso, os plásticos eram aquecidos circunstancialmente pelos catalisadores. Essa abordagem evitou reações colaterais indesejadas, o que tornou o processo mais eficiente.

Os pesquisadores relatam que o processo de conversão durou apenas 30 a 90 segundos, e resultou na recuperação de 97% do hidrogênio do plástico. Além disso, os nanotubos de carbono produzidos eram de qualidade boa o suficiente para o uso em outras aplicações. Eles observam que atualmente existem outras aplicações em grande escala que envolvem o uso de micro-ondas em locais comerciais, sugerindo que esse uso para a reciclagem de plásticos pode ser possível. Eles reconhecem que ainda não testaram essa abordagem de reciclagem de plásticos em uma escala.

A equipe pensa que a magnitude do desastre que poderá acontecer no futuro, caso a poluição do plástico não seja controlada, vai permitir que mais esforços como os deles tenham sucesso.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.