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Esta imagem insana da Lua foi incrivelmente capturada da Terra

Por Michelle Starr
Publicado na ScienceAlert

Um teste de um novo instrumento de imagem espacial poderoso nos deu uma nova perspectiva fantasticamente detalhada do local de pouso da Apollo 15 na Lua.

Ao emitir um poderoso sinal de radar da superfície lunar, o novo instrumento foi capaz de atingir uma resolução espetacular, mostrando objetos de até 5 metros.

Projetado para o Telescópio de Green Bank na Virgínia Ocidental (EUA) pela Raytheon Intelligence & Space, esta tecnologia de prova de conceito abre caminho para imagens de radar ainda mais poderosas no futuro, potencialmente permitindo que cientistas estudem objetos até mesmo tão distantes quanto Netuno.

Imagens de radar da Lua não são uma ideia nova, no entanto. É uma ferramenta extraordinariamente útil para revelar estruturas finas na superfície e, em comprimentos de onda mais longos, pode até sondar mais de 10 metros abaixo da superfície para observar variações na densidade do regolito (aqui na Terra, esta tecnologia pode nos ajudar a encontrar ruínas enterradas).

Mas o Observatório de Green Bank, o Observatório Nacional de Rádio Astronomia e a Raytheon Intelligence & Space estão tentando levar a tecnologia ainda mais longe.

(Créditos: Sophia Dagnello, NRAO/GBO/Raytheon/AUI/NSF/USGS)

Em um teste em novembro do ano passado, o novo transmissor enviou um sinal de radar para a Lua, mirando especificamente para o local de pouso da Apollo 15 – um pequeno trecho da Lua, em um disco de 3.474,2 quilômetros de diâmetro, centenas de milhares de quilômetros de distância.

Este sinal foi recuperado e coletado pelo Very Long Baseline Array – uma coleção de radiotelescópios espalhados pelos Estados Unidos, basicamente combinados para criar uma antena coletora do tamanho de um continente.

A imagem abaixo é o resultado. Esse buraco no meio superior é uma cratera chamada Hadley C, com cerca de 6 quilômetros de diâmetro. Passando por ela está a Rima Hadley, considerado um tubo de lava destruído.

(Créditos: NRAO/GBO/Raytheon/NSF/AUI)

Acredite ou não, porém, isso não é nem a metade. Agora que eles provaram o conceito com sucesso, a equipe trabalhará em um transmissor ainda mais potente: um sistema de radar de alta potência de 500 quilowatts que permitirá ver com detalhes ainda mais incríveis.

Essa ferramenta seria útil para todos os tipos de ciência. Poderemos ver nossa Lua mais de perto. Poderemos ver as luas de outros planetas. Poderá até ser usado para imagens de asteroides e detritos espaciais, que são muito fracos para serem vistos usando telescópios ópticos, mas que podemos sondar usando tecnologia de radar.

Isso poderia nos ajudar a entender melhor a população de objetos – tanto naturais quanto antropogênicos – no espaço próximo à Terra, o que por sua vez poderia auxiliar na defesa planetária contra objetos potencialmente perigosos.

“O sistema planejado será um avanço incrível na ciência do radar, permitindo o acesso a recursos nunca antes vistos do Sistema Solar aqui mesmo na Terra”, disse a diretora do local Karen O’Neil, do Observatório de Green Bank.

E se conseguirmos fotos ainda mais incríveis da Lua, estamos aqui para mostrar.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.