Traduzido por Julio Batista
Original de Bob Yirka para o Phys.org
Uma pequena equipe de pesquisadores, alguns independentes, alguns afiliados ao Colégio Universitário e à Universidade de Durham, todos no Reino Unido, decifrou marcas de cavernas feitas por caçadores da Era do Gelo dezenas de milhares de anos atrás. Em seu paper publicado no Cambridge Archaeological Journal, o grupo sugere que as marcações são evidências do primeiro uso de um calendário lunar.
Cientistas e leigos há muito tempo sabem das pinturas rupestres feitas por pessoas no passado distante em toda a Europa e no Reino Unido. Pesquisas anteriores mostraram que elas foram feitas por caçadores-coletores da Era do Gelo que viviam principalmente da carne de animais de sua época. Esses animais eram frequentemente retratados nas paredes das cavernas em que viviam as pessoas na época.
Mas um aspecto dos desenhos das cavernas permaneceu um mistério – certos pontos e traços colocados perto dos animais. Nesse novo esforço, os pesquisadores afirmam ter finalmente decifrado as marcas.
Após vários anos de estudo, os pesquisadores descobriram que as marcas coincidiam com o que teriam sido comportamentos sazonais dos animais, como acasalamento ou parto. Essa informação, observam os pesquisadores, teria sido muito importante para os primeiros caçadores porque ajudava a rastrear quais animais seriam mortos com mais facilidade durante um determinado período de tempo.
Os pesquisadores também descobriram que as informações sazonais desenhadas nas paredes podem ser divididas em 13 períodos, que coincidem com o ano do calendário lunar. E isso, eles sugerem ainda, é evidência do primeiro uso de um calendário lunar. Eles também descobriram que certas marcas, como símbolos em forma de Y, continham informações específicas, como o início da estação de nascimento de um determinado animal, enquanto outras marcavam informações sazonais, como a neve.
Os pesquisadores também sugerem que tal sistema de marcação pode ser interpretado como um meio de escrita, ou talvez um sistema de proto-escrita, o que seria a evidência da forma mais antiga de escrita do Homo sapiens. Eles concluem observando que mais trabalho ainda precisa ser feito no estudo da arte rupestre – ainda há marcas que ainda não foram decifradas.