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NASA descobre o segundo mundo do tamanho da Terra em um mesmo sistema planetário

Traduzido por Julio Batista
Original de Jeanette Kazmierczak para o Centro de Voos Espaciais Goddard

Usando dados do Transiting Exoplanet Survey Satellite da NASA, cientistas identificaram um mundo do tamanho da Terra, chamado TOI 700 e, orbitando dentro da zona habitável de sua estrela – a faixa de distâncias onde a água líquida pode ocorrer na superfície de um planeta. O mundo tem 95% do tamanho da Terra e provavelmente é rochoso.

Os astrônomos já haviam descoberto três planetas neste sistema, chamados TOI 700 b, c e d. O planeta d também orbita na zona habitável. Mas os cientistas precisaram de um ano adicional de observações do TESS para descobrir o TOI 700 e.

“Este é um dos poucos sistemas com vários planetas pequenos e de zona habitável que conhecemos”, disse Emily Gilbert, pós-doutoranda do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA no sul da Califórnia, EUA, que liderou o trabalho. “Isso torna o sistema TOI 700 uma perspectiva empolgante para acompanhamento adicional. O planeta e é cerca de 10% menor que o planeta d, então o sistema também mostra como as observações adicionais do TESS nos ajudam a encontrar mundos cada vez menores.”

Gilbert apresentou o resultado em nome de sua equipe na 241ª reunião da Sociedade Astronômica Americana em Seattle, EUA. Um paper sobre o planeta recém-descoberto foi aceito pela The Astrophysical Journal Letters.

TOI 700 é uma pequena e fria estrela anã M localizada a cerca de 100 anos-luz de distância na constelação austral de Dorado. Em 2020, Gilbert e outros anunciaram a descoberta do planeta d, do tamanho da Terra e zona habitável, que está em uma órbita de 37 dias, junto com outros dois mundos.

O planeta mais interno, TOI 700 b, tem cerca de 90% do tamanho da Terra e orbita a estrela a cada 10 dias. TOI 700 c é 2,5 vezes maior que a Terra e completa uma órbita a cada 16 dias. Os planetas provavelmente estão acoplados por maré, o que significa que eles giram apenas uma vez por órbita, de modo que um lado sempre está voltado para a estrela, assim como um lado da lua está sempre voltado para a Terra.

O TESS monitora grandes áreas do céu, chamadas setores, por aproximadamente 27 dias a cada vez. Essas longas observações permitem que o satélite rastreie as mudanças no brilho estelar causadas por um planeta passando na frente de sua estrela de nossa perspectiva, um evento chamado de trânsito. A missão usou essa estratégia para observar o céu do sul a partir de 2018, antes de se voltar para o céu do norte. Em 2020, voltou ao céu do sul para observações adicionais. O ano extra de dados permitiu à equipe refinar os tamanhos originais dos planetas, que são cerca de 10% menores do que os cálculos iniciais.

Assista para saber mais sobre o TOI 700 e, um planeta recém-descoberto do tamanho da Terra com um irmão do tamanho da Terra. (Créditos: NASA/JPL-Caltech/Robert Hurt/Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA)

“Se a estrela estivesse um pouco mais próxima ou o planeta fosse um pouco maior, poderíamos ter conseguido identificar o TOI 700 e no primeiro ano de dados do TESS”, disse Ben Hord, candidato a doutorado na Universidade de Maryland, College Park, EUA, e um pesquisador graduado no Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA em Greenbelt, Maryland, EUA. “Mas o sinal era tão fraco que precisávamos de um ano adicional de observações de trânsito para identificá-lo.”

TOI 700 e, que também pode estar acoplado por maré, leva 28 dias para orbitar sua estrela, colocando o planeta e entre os planetas c e d na chamada zona habitável ideal.

Os cientistas definem a zona habitável ideal como o intervalo de distâncias de uma estrela onde a água líquida da superfície pode estar presente em algum momento da história de um planeta. Esta área se estende para ambos os lados da zona habitável estimada, a faixa onde os pesquisadores supõem que a água líquida poderia existir durante a maior parte da vida do planeta. TOI 700 d orbita nesta região.

Encontrar outros sistemas com mundos do tamanho da Terra nesta região ajuda os cientistas planetários a aprender mais sobre a história do nosso próprio Sistema Solar.

O estudo de acompanhamento do sistema de TOI 700 com observatórios espaciais e terrestres está em andamento, disse Gilbert, e pode fornecer mais informações sobre esse sistema raro.

“O TESS acaba de completar seu segundo ano de observações do céu do norte”, disse Allison Youngblood, astrofísica pesquisadora e vice-cientista do projeto TESS em Goddard. “Estamos ansiosos pelas outras descobertas emocionantes escondidas no tesouro de dados da missão”.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.