Traduzido por Julio Batista
Original de Isobel von Hagen para o Business Insider
Pintores famosos como Leonardo da Vinci, Sandro Botticelli e outros mestres da Renascença podem ter experimentado misturar gema de ovo em sua tinta a óleo para ajudar as pinturas a resistir à umidade e evitar ‘rugas’ e amarelamento, descobriram cientistas.
A pesquisa sobre os hábitos de pintura dos mestres pintores “pode melhorar a preservação de obras de arte inestimáveis”, disse um estudo publicado pela Nature Communications.
Embora resíduos de proteína tenham sido detectados anteriormente nas obras-primas, o estudo mostra que a inclusão dos ovos provavelmente foi deliberada.
No estudo, os especialistas descobriram que a adição de ovos às pinturas a óleo “age como um antioxidante, retardando o início do envelhecimento”. Em outras palavras, essa combinação ajuda a impedir a degradação da tinta.
“Há muito poucas fontes escritas sobre isso, e nenhum trabalho científico foi feito antes para investigar o assunto com tanta profundidade”, disse a autora do estudo Ophélie Ranquet, do Instituto de Engenharia de Processos Mecânicos e Mecânica do Instituto de Tecnologia de Carlsrue, na Alemanha, à CNN.
“Nossos resultados mostram que, mesmo com uma quantidade muito pequena de gema de ovo, é possível obter uma incrível mudança de propriedades na tinta a óleo, demonstrando como isso pode ter sido benéfico para os artistas”.
Ao examinar os efeitos do uso de proteínas da gema de ovo no óleo, os cientistas descobriram que as proteínas do ovo suprimiam a água absorvida na tinta em ambientes úmidos.
Enquanto as pinturas secavam, elas também ajudavam a prevenir o amarelamento e o enrugamento – “um problema que até Leonardo da Vinci encontrou”, constatou o estudo.
Os artistas “nos deram a oportunidade de admirar suas obras-primas ainda hoje”, disse o estudo.