Paleontólogos na África do Sul anunciaram uma descoberta surpreendente: o local de sepultamento mais antigo conhecido, que, incrivelmente, não foi feito pela nossa espécie. Este local contém os restos de Homo naledi, um hominídeo da Idade da Pedra, distante parente do Homo sapiens. Esta espécie primitiva, que era conhecida por sua habilidade de escalar árvores, foi encontrada sepultada em um sistema de cavernas dentro do Berço da Humanidade, um sítio de patrimônio mundial da UNESCO, próximo a Joanesburgo.
A descoberta, liderada pelo renomado paleoantropólogo Lee Berger, desafia a compreensão atual da evolução humana. Tradicionalmente, acreditava-se que o desenvolvimento de cérebros maiores permitiu a realização de atividades complexas, como o sepultamento dos mortos. No entanto, o Homo naledi, com seu cérebro do tamanho de uma laranja, parecia ser capaz de tal comportamento complexo.
Além disso, a equipe de pesquisa encontrou sinais de comportamento cognitivo e emocional complexo em Homo naledi. Gravuras formando figuras geométricas, incluindo uma “figura de hashtag áspera”, foram encontradas em superfícies aparentemente alisadas propositalmente de um pilar de caverna próximo.
As descobertas, embora ainda necessitem de análises mais aprofundadas, têm potencial para alterar nossa compreensão da evolução humana, sugerindo que práticas simbólicas, sepultamento e até “arte” podem ter uma história mais complexa e dinâmica do que pensávamos anteriormente.