Numa tentativa de reduzir o índice de qualidade do ar de níveis extremamente perigosos, as autoridades começaram a semear nuvens para fazer chover na capital do Paquistão, Lahore. Como relata o The Guardian, a cidade de 13 milhões de habitantes foi sufocada por uma camada implacável de poluição atmosférica. No início deste mês, os níveis de qualidade do ar eram tão baixos que a cidade foi forçada a encerrar escolas, mercados e parques.
Num último esforço para resolver a situação cada vez mais terrível, o governo de Punjab enviou um pequeno avião Cessna para sobrevoar a cidade, pulverizando uma solução de sal de cozinha sobre manchas de nuvens existentes para produzir chuva.
Como resultado, disse o ministro interino do Meio Ambiente, Bilal Afzal, ao The Guardian, o índice local de qualidade do ar caiu de mais de 300 para apenas 189.
Mas está longe de ser uma solução permanente: o efeito durou apenas alguns dias antes de o índice disparar novamente para os níveis anteriores.
Gatilho de nuvem
O Paquistão não é o único país a experimentar mudanças climáticas. Durante a celebração do centenário do Partido Comunista Chinês, no verão de 2021, as autoridades disseram que limparam com sucesso os céus de Pequim para reduzir a poluição com o uso de uma solução de iodeto de prata.
Os Emirados Árabes Unidos também tentaram desencadear chuvas lançando drones nas nuvens e abastecendo-as com eletricidade.
Apesar do alívio de curta duração em Lahore, o ministro do Meio Ambiente está otimista.
“Se pudermos limpar o nosso ar ao custo do combustível de um pequeno avião, o exercício valeria a pena”, disse ele ao jornal britânico, acrescentando que o avião produziria as mesmas emissões que dois ou três carros que circulam por cerca de quatro horas.
Os grupos ambientalistas, no entanto, alertaram repetidamente que a propagação de nuvens poderia ter consequências indesejadas que ainda não são totalmente compreendidas.
Na verdade, Ghulam Rasul, chefe do programa de alterações climáticas da União Internacional para a Conservação da Natureza, disse ao The Guardian que isso pode na verdade piorar a situação, levando a condições ainda mais secas e a uma poluição atmosférica mais persistente.
Publicado em Futurism
Traduzido por Mateus Lynniker
