Em um futuro onde a tecnologia se aproxima cada vez mais de um estilo de vida sem uso das mãos, os smart glasses emergem como o novo candidato a revolucionar o gigantesco mercado de smartphones. Esses dispositivos inovadores oferecem experiências imersivas, integrando IA ao mundo real, permitindo interações passivas e em tempo real sem a necessidade de uso das mãos. Diferentes das tentativas anteriores de substituir smartphones, os smart glasses de hoje contam com o poder de inteligência artificial para executar funcionalidades essenciais de comunicação, entretenimento e produtividade.
A corrida das big techs
A parceria entre Meta e Ray-Ban trouxe novos ares ao mercado após o fracasso do Google Glass, aumentando a competição entre as big techs pelo domínio dessa tecnologia emergente, empresas de tecnologia estão investindo em óculos inteligentes, uma tendência em ascensão. A Apple desenvolve sua linha através do projeto Atlas, coletando feedback de funcionários e realizando grupos focais para aprimorar seus protótipos. A Baidu, gigante chinesa, aproveita a ausência da Meta na China devido a restrições regulatórias, planejando lançar seus smart glasses com recursos de IA. Já a Even Realities comercializa seu modelo G1, focado no mercado europeu, com preço inicial de US$ 599, oferecendo um produto acessível para chamadas, fotos, navegação e outras funções sem uso das mãos. Essas iniciativas podem impulsionar a inovação e aceitação de óculos inteligentes entre os consumidores.
Funcionalidades de smartphone sem as mãos, através de IA
Com novos recursos de IA, os smart glasses conseguem reproduzir muitas das funções que antes pertenciam exclusivamente aos smartphones. Eles podem fazer ligações, capturar fotos e vídeos, reproduzir músicas, realizar traduções simultâneas, fornecer direções, monitorar atividades físicas e até executar aplicativos com interação por assistentes virtuais, tudo sem exigir o toque dos usuários.
O futuro do mercado
O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, é um entusiasta da tecnologia, acreditando que até 2030 os smart glasses poderão superar os smartphones como principal plataforma de computação. O CEO da Apple, Tim Cook, também vê o potencial dos óculos inteligentes, considerando a experiência mais intuitiva e envolvente.
Porém, analistas de mercado discordam desse otimismo. Estima-se que o mercado global de smart glasses será de US$ 5,5 bilhões em 2023, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 10,69%, enquanto o mercado de smartphones deve atingir US$ 600 bilhões, com CAGR de 7,2%. Esses números indicam que, mesmo com um crescimento considerável, os smart glasses ainda estão longe de competir com os smartphones em escala.
Passado e desafios
Esses óculos de última geração não são a primeira tentativa de “substituir” o smartphone. Exemplos como o Rabbit e o AI Pin tentaram anteriormente, mas não conseguiram conquistar o mercado. Contudo, com o avanço das tecnologias de IA e a evolução dos recursos de imersão digital, os smart glasses de hoje talvez estejam mais próximos do sucesso, ainda que o caminho seja repleto de desafios técnicos e de adoção pelo público.