Uma nova pesquisa conduzida por especialistas em IA da Universidade de Oxford e da Universidade de Melbourne indica que os homens tendem a aceitar mais do que as mulheres a ideia de serem cuidados por robôs em casa, especialmente na velhice ou em casos de fragilidade física. O estudo, publicado na revista Community, Work and Family, explora as atitudes das pessoas em relação ao cuidado proporcionado por robôs, que poderia incluir serviços e companhia para idosos.
A pesquisa utilizou dados de 28 países europeus, considerando fatores locais, como o PIB, a participação das mulheres no mercado de trabalho e o investimento público em cuidados com idosos. A professora Ekaterina Hertog, uma das autoras do estudo, explica que a equipe investigou questões como a disposição de homens e mulheres em aceitar cuidados de robôs, a influência de limitações de tempo e custos de oportunidade, além de fatores econômicos locais que podem moldar atitudes em relação ao uso de robôs no cuidado.
O estudo revela que as opiniões sobre o uso de tecnologia para assistência pessoal variam significativamente, sendo moldadas pelo contexto local e por características individuais. Entre os principais achados o estudo revelou que, em geral, as pessoas não se mostram entusiasmadas com a ideia de serem cuidadas por robôs, mas os homens europeus, especialmente os mais jovens, são mais receptivos do que as mulheres. A aceitação tende a ser maior entre pessoas com maior nível de escolaridade e aquelas que trabalham em cargos profissionais, administrativos ou de escritório, assim como entre indivíduos com experiência prévia no uso de robôs. Além disso, pessoas que vivem em comunidades com alta participação feminina no mercado de trabalho e baixos investimentos em cuidado de idosos também demonstram maior abertura para adotar robôs no cuidado pessoal na velhice.
Entre os dados mais relevantes, destaca-se que pessoas com maior escolaridade, bem como aquelas com profissões de nível profissional ou administrativo, tendem a apoiar mais o uso de robôs para cuidados pessoais. Além disso, indivíduos mais jovens e com experiência prévia no uso de robôs, seja no ambiente de trabalho ou doméstico, também se mostram mais receptivos à ideia de um cuidado automatizado no futuro.
Outro ponto importante é a influência do contexto local nas atitudes em relação aos robôs cuidadores. Nas comunidades com alta participação feminina no mercado de trabalho e baixos investimentos em cuidado de idosos, as pessoas são mais propensas a aceitar robôs como parte do suporte na velhice. Em contrapartida, em locais onde o governo investe mais em cuidados com idosos, os moradores tendem a se sentir menos confortáveis em depender de robôs.
Para os formuladores de políticas, o estudo sugere que é fundamental equilibrar a demanda por cuidados humanos e tecnológicos, avaliando com cautela o investimento em tecnologia para o cuidado adulto. Segundo os pesquisadores, é crucial adotar tecnologias digitais de forma que preservem e fortaleçam a capacidade dos cuidadores humanos de manter vínculos com os idosos, especialmente diante do aumento da população idosa e da crescente participação feminina no mercado de trabalho.