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A CIA quer trazer mamutes-lanudos de volta da extinção

Traduzido por Julio Batista
Original de

A CIA está financiando pesquisas para ressuscitar animais extintos – incluindo o mamute-lanudo e o tilacino ou tigre-da-tasmânia – de acordo com reportagens.

Por meio de uma empresa de investimento de capital de risco chamada In-Q-Tel, financiada pela CIA, a agência de inteligência estadunidense prometeu dinheiro à empresa de tecnologia Colossal Biosciences, com sede no Texas. De acordo com o site da Colossal, o objetivo da empresa é “ver o mamute-lanudo prosperar sobre a tundra mais uma vez” através do uso de engenharia genética – ou seja, usando tecnologia para editar o DNA de um organismo.

A Colossal também declarou interesse em ressuscitar o extinto tilacino, ou tigre-da-tasmânia – um marsupial parecido com um lobo que foi extinto na década de 1930 – bem como o extinto pássaro dodô.

De sua parte, a CIA está menos interessada em mamutes bramindo e tilacinos rugindo do que na tecnologia de engenharia genética subjacente que a Colossal pretende desenvolver, de acordo com um post do blog In-Q-Tel.

“Estrategicamente, é menos sobre os mamutes e mais sobre a capacidade”, escreveram os altos funcionários da In-Q-Tel.

A deextinção pode soar como ficção científica – e, até certo ponto, é. Não há como trazer de volta o mamute-lanudo como era há dez mil anos; no entanto, usando ferramentas de edição de DNA, os cientistas podem inserir características resistentes ao frio nas sequências de DNA dos elefantes modernos, tornando-os geneticamente semelhantes aos mamutes-lanudos. A criatura resultante não seria um mamute per se; em vez disso, seria um animal servindo de indicador que é mais parecido com um elefante com características de mamute.

A base desse processo é um método de edição de genes chamado CRISPR – “tesoura” genética que os cientistas podem usar para cortar, colar e substituir sequências genéticas específicas no DNA de um organismo (vários dos pesquisadores por trás do CRISPR ganharam o Prêmio Nobel de Química de 2020).

De acordo com a postagem do blog In-Q-Tel, investir neste projeto ajudará o governo dos EUA a “estabelecer os padrões éticos e tecnológicos” para a tecnologia de engenharia genética e manter os EUA um passo à frente de nações concorrentes que também pode estar interessado em ler, escrever e alterar o código genético.

Nem todo mundo está tão otimista quanto ao uso de ferramentas de engenharia genética para reviver animais extintos. Os críticos alertaram que, mesmo que uma empresa seja capaz de projetar um mamute saudável, o habitat natural do mamute não existe mais – e, mesmo que existisse, o código genético não pode ensinar um animal a prosperar em um ecossistema desconhecido, de acordo com o Gizmodo. Alguns cientistas também argumentam que o dinheiro gasto em projetos de extinção poderia ir muito mais longe se aplicado à conservação de animais vivos.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.