A Terra já passou por maus bocados, disso já sabemos. Mas aqui eu me refiro apenas em relação as maiores catástrofes ecológicas que já abalaram os pilares da vida no planeta Terra: extinções em massa. Em alguns momentos da história do planeta, surgiram algumas situações em que uma grande parte do que era vivo acabou sendo totalmente extinto/eliminado. Estes episódios catastróficos que dizimam grupos taxonômicos são denominados como extinções em massa.
Desde o aparecimento da vida na terra (530 milhões de anos atrás), até os dias atuais, a Terra já passou por diversas extinções, porém as que mais se destacaram foram apenas cinco: período Ordoviciano-Siluriano, Devoniano-Carbonífero, Permiano-Triássico, Triássico-Jurássico e por fim o Cretáceo-Terciário (conhecido como Evento K-T, que ocasionou a extinção dos dinossauros).
Porém, apenas uma dessas cinco ganhou uma proporção de extinção tão grande que quase levou a extinção grupos de seres vivos que conhecemos e que existem até hoje! A extinção no final do período geológico PERMIANO, é considerada como a maior catástrofe da história. E saberemos o motivo… acompanhem.
As características do Permiano
O período Permiano (299-251 milhões de anos) foi um momento de diversificação das faunas de vertebrados e invertebrados, graças ao extenso desenvolvimento que a Terra ganhou após a formação do supercontinente Pangea. A fauna terrestre era preenchida com insetos, anfíbios, répteis, bem como os dominantes terrestres, os sinápsidos. Já a flora era dominada por gimnospermas e coníferas. A vida marinha incluía amonoides, crinoides, peixes ósseos, tubarões, braquiópodes etc.
Grupos afetados pela grande onda de extinção
No total mais de 48 famílias estavam presentes nos últimos 5 milhões de anos do Permiano, porém, 36 destas famílias foram extintas (um total de 75% da perda biológica)! Diversas famílias terrestres e marinhas foram afetadas pela extinção, fora que das 36 que foram extintas, 17 delas eram terápsidas (ancestrais dos mamíferos). Apenas 12 famílias de tetrápodes sobreviveram (Benton, 1993a). Mas é claro, estes números podem variar ou serem totalmente irrelevantes! Uma vez que a quantidade de provas fósseis ainda são irregulares para podermos concluir o porcentual de famílias afetadas. Tal extinção também levou consigo cerca de 90% dos invertebrados marinhos em um período curto de 500.000 anos.
Outros grupos e famílias como braquiópodes, crinoides, peixes ósseos, tubarões foram reduzidos, porém, continuaram sua linhagem para o próximo período geológico, o Triássico (251-200 milhões de anos).
O que causou tal extinção?
Até hoje os paleontólogos tentam decifrar o verdadeiro vilão do Permiano. Devemos colocar em questão que extinções em massa não são causadas apenas por um único motivo mas por diversas causas. Já no Permiano, o que se acredita foi que diversas mudanças geológicas no final do período, ocasionou grandes erupções vulcânicas basálticas na Sibéria, onde grandes quantidades de gases na atmosfera provocaram um mortal efeito estufa, gerando assim um aquecimento global, e até mesmo uma anoxia oceânica (ausência de oxigênio no oceano).
Seja qual for a causa tal extinção foi profunda, e que deixou uma mancha negra na grande “árvore da vida”. Mesmo diversas espécies e grupos terem sido afetados, os sobreviventes que passaram por este período turbulento puderam prosperar e continuar suas linhagens evolutivas nos períodos e eras geológicas seguintes.
Referências
- Paleontologia: conceitos e métodos, volume 1, editor, Ismar de Souza Carvalho. – 3° ed. – Rio de Janeiro: Interciência, 2010.
- Vertebrate Paleontology, Michael J. Benton – 3°. ed. – São Paulo : Atheneu Editora, 2008.
- O guia completo dos dinossauros do Brasil / Luiz E. Anelli; ilustrações de Felipe Elias. – São Paulo: Peirópolis, 2010.