Uma equipe de especialistas em diabetes da Universidade Eberhard Karls Tübingen e da Universidade Heinrich Heine Düsseldorf, ambas na Alemanha, encontrou evidências que sugerem que a sensibilidade do cérebro à insulina pode ser modulada pelo ciclo menstrual nas mulheres.
Em seu estudo, publicado na revista Nature Metabolism, o grupo conduziu um ensaio clínico envolvendo o monitoramento dos níveis de insulina em voluntárias. Nils Kroemer, da Universidade de Bonn, publicou um artigo News & Views na mesma edição do jornal descrevendo o trabalho realizado pelo grupo neste novo esforço.
Pesquisas anteriores sugeriram que a presença de insulina no cérebro pode levar a mudanças no comportamento alimentar, no metabolismo de todo o corpo e no armazenamento de gordura. Como isso funciona não é bem compreendido. Para tornar as coisas ainda mais obscuras, como observam os pesquisadores, é que praticamente todas as pesquisas anteriores nesta área envolveram testes do impacto da insulina no cérebro dos homens.
Neste novo esforço, a equipa de investigação procurou aprender mais sobre o impacto da insulina no cérebro das mulheres. Para esse fim, conduziram um ensaio clínico que envolveu testar o impacto da insulina no cérebro de 11 voluntárias durante dois períodos; durante o primeiro dia de ovulação e logo após a ovulação.
Para medir o impacto da insulina em seus cérebros, os voluntários foram submetidos a pinças euglicêmicas hiperinsulinêmicas – um procedimento que pode ser usado para medir a sensibilidade à insulina. Algumas mulheres também receberam doses intranasais de insulina durante o procedimento, enquanto outras receberam placebo. Os pesquisadores descobriram que durante o primeiro dia da ovulação, o cérebro ficou mais sensível à insulina, mas não durante os dias imediatamente após a ovulação.
Em seguida, a equipe de pesquisa administrou exames de ressonância magnética a 15 voluntárias diferentes para aprender mais sobre o impacto da insulina no hipotálamo durante os ciclos menstruais. Eles encontraram os mesmos resultados – as mulheres exibiram maior sensibilidade do hipotálamo pouco antes do início da ovulação, mas não depois.
Os pesquisadores sugerem que suas descobertas explicam por que tantas mulheres sentem fome logo antes da menstruação, porque seu metabolismo fica mais lento e por que o ganho de peso é muito provável. Kroemer sugere que o corpo feminino reage dessa forma como forma de armazenar energia para sustentar uma gravidez, caso ela ocorra.
Traduzido por Mateus Lynniker de MedicalXpress