No túmulo da rainha egípcia da Primeira Dinastia, Meret-Neith, os arqueólogos descobriram uma riqueza de bens funerários que inclui centenas de grandes jarros de vinho – alguns dos quais ainda selados. Estas riquezas funerárias, dizem, reforçam a ideia de que ela era uma pessoa de grande importância, talvez até a primeira mulher faraó do Egito.
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Meret-Neith viveu há cerca de 5.000 anos, servindo como rainha do Egito por volta de 2.950 aC. Ela era, no mínimo, rainha-consorte e regente. Ela pode ter sido uma governante por direito próprio – um faraó – mas os arqueólogos não foram capazes de determinar a sua posição com certeza. A primeira rainha conhecida a assumir o título real completo foi Sobekneferu, um milênio depois.
Há certamente evidências da importância de Meret-Neith no seu túmulo, na necrópole real de Abidos. Ela foi enterrada entre os locais de descanso final dos faraós do sexo masculino, e seu próprio túmulo era de tamanho e riqueza comparáveis. Ela foi provavelmente a mulher mais poderosa de seu tempo.
Uma equipe internacional de arqueólogos liderada por Christiana Köhler, da Universidade de Viena, e que trabalha com o Ministério Egípcio do Turismo e Antiguidades, trabalha atualmente na descoberta de mais elementos do luxuoso monumento onde Meret-Neith foi enterrada há tantos anos.
Além dos jarros de vinho, que continham sementes de uva e restos de vinho que outrora continham, os pesquisadores descobriram inscrições declarando que Meret-Neith era responsável por cargos importantes, como o tesouro real. Isso se soma às evidências anteriores da importância da rainha.
E novas tecnologias arqueológicas foram utilizadas para compreender melhor a forma como o monumento funerário foi construído. O complexo funerário de Meret-Neith, construído com tijolos crus, argila e madeira, incluía os túmulos de 41 cortesãos e servos que foram enterrados com ela.
A análise, dizem os pesquisadores, mostra que isso não foi construído de uma só vez, mas em etapas ao longo de um longo período de tempo. Isso sugere que esses companheiros de enterro podem não ter sido mortos em sacrifícios rituais, mas sim sepultados com a rainha, talvez como uma honra, depois de terem vivido suas vidas.
O trabalho na tumba está em andamento, na esperança de descobrir mais sobre esta misteriosa rainha, que permanece hipnotizante mesmo muitos milhares de anos depois de ter caminhado nesta Terra.
Traduzido por Mateus Lynniker de ScienceAlert