Por Elizabeth Howell
Publicado no Universe Today
A famosa teoria do Big Bang precisa de uma revisão? Um grupo de físicos teóricos sugerem que o nascimento do universo pode ter acontecido depois do colapso de uma estrela em 4D, formando um buraco negro e ejetando matéria.
Antes de tudo, vamos fazer um breve prefácio aqui dizendo que ninguém tem certeza do que originou o universo. Obviamente, os seres humanos não existiam quando ele começou a existir. A teoria mais aceita e vigente é de que o universo se formou a partir de um ponto de singularidade infinitamente denso, mas quem sabe o que havia antes disso?
Então, quais são as limitações da teoria do Big Bang? A singularidade é um deles. Ainda, é muito difícil saber o porquê de ter sido produzido um universo que tem quase uma temperatura uniforme e padrão para todos os seus locais, pois a idade dele (13,8 bilhões de anos) não deu tempo suficiente para estabelecer um equilíbrio térmico.
Muitos cosmólogos dizem que, para que isso aconteça, o universo deveria estar se expandido mais rápido que a velocidade da luz, mas Niayesh Afshordi, astrofísico do Instituto Perímetro de Física Teórica, no Canadá, e co-autor do estudo, diz que até essa teoria tem problemas.
O que os físicos propõem é:
- O modelo construído tem um universo em 3D flutuando em uma membrana em um outro universo 4D;
- Então, se o universo em 4D tiver estrelas em 4 dimensões, essas poderiam ter o mesmo ciclo das estrelas tridimensionais. As mais massivas explodiriam, formando uma supernova e, posteriormente, um buraco negro;
- O buraco negros 4D teriam um “horizonte de eventos” assim como os 3D. O horizonte de eventos é a fronteira entre o interior e o exterior de um buraco negro. Há várias hipóteses que supõem o que acontece dentro de um buraco negro, embora isso nunca tenha sido observado;
- Em um universo em 3D, o horizonte de eventos aparenta ser uma superfície em 2D. Então, em um universo em 4D, o horizonte de eventos seria uma superfície em 3D, formando um objeto que os físicos chamaram de hiperesfera;
- Basicamente, o que o modelo diz é que quando uma estrela em 4D morre, resulta em uma membrana ao redor de um horizonte de eventos, ambos em 3D, que se expandem.
Porém, a hipótese também tem suas limitações, o modelo não explica o porquê do universo ter uma temperatura uniforme.
Enquanto isso, o telescópio Planck, da Agência Espacial Europeia, mapeou pequenas variações de temperaturas em radiações cósmicas de fundo, que é tida como formada nos primórdios do universo.
O novo modelo difere das radiações cósmicas em uma taxa de 4%, então os pesquisadores estão tratando de refiná-lo. Entretanto, eles ainda acham que o modelo vale a pena. O Planck mostra que a expansão está acontecendo, mas não mostra o porquê disso.
“O estudo poderia ajudar a mostrar como a expansão é acionada pelo universo através de uma realidade tetradimensional”, os pesquisadores alegaram.