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Centenas de buracos negros empoeirados são encontrados escondidos à vista de todos

Traduzido por Julio Batista
Original de Adam Mann para a Live Science

Astrônomos descobriram mais de 400 buracos negros anteriormente ocultos alimentando-se de estrelas e poeira no centro das galáxias. Parece que muitos dos novos buracos negros, descobertos usando o Observatório de Raios-X Chandra da NASA, permaneceram desconhecidos até agora porque estão enterrados sob camadas de poeira.

Buracos negros supermassivos, que podem ser milhões de vezes mais pesados ​​que o Sol, vivem no centro de quase todas as galáxias do Universo. Esses objetos colossais produzem feixes brilhantes de energia à medida que se alimentam de gás, poeira e estrelas em sua vizinhança imediata, criando o que é conhecido como Núcleos Galácticos Ativos (NGAs), de acordo com a NASA.

NGAs são particularmente brilhantes na região de raios-X do espectro eletromagnético, disse o astrônomo Dong-Woo Kim do Centro de Astrofísica | Harvard & Smithsonian durante uma coletiva de imprensa em 11 de janeiro na 241ª reunião da Sociedade Astronômica Americana em Seattle, EUA.

Eles também deixam padrões visíveis na luz óptica, que os identificam como NGA, acrescentou.

Imagens de raios X (à esquerda) e ópticas (à direita) de duas galáxias que abrigam buracos negros ocultos em seus centros. (Créditos: Raio-X: NASA/CXC/SAO/D. Kim et al.; Óptico/Infravermelho: Legacy Surveys/D. Lang (Perimeter Institute))

Mas certos objetos foram vistos emitindo toneladas de raios-X sem as assinaturas ópticas específicas associadas ao NGA, disse Kim, e estes foram chamados de “galáxias opticamente normais brilhantes em raios-X” ou “XBONGs” (na sigla em inglês).

Para investigar ainda mais essas entidades misteriosas, ele e seus colegas examinaram um catálogo de mais de 300.000 objetos brilhantes de raios-X capturados pelo Chandra.

Eles então pegaram imagens ópticas do céu noturno do Sloan Digital Sky Survey (SDSS) e combinaram os dois conjuntos de dados para selecionar objetos brilhantes em raios-X, mas opticamente normais. Os pesquisadores identificaram 820 XBONGs localizados entre 550 milhões e 7,8 bilhões de anos-luz da Terra, a maior amostra já construída, disse Kim.

“A pergunta imediata é: ‘O que são eles?'”, acrescentou.

Os raios X penetram na poeira, enquanto a luz óptica fica obscurecida por ela, então Kim e seus colegas tentaram descobrir se esses 820 XBONGs poderiam ser buracos negros cercados por grandes quantidades de poeira.

Se fosse esse o caso, a luz de raios-X de menor energia seria ligeiramente absorvida pela poeira, enquanto a luz de raios-X mais poderosa continuaria a brilhar através dela, disse Kim. Sua equipe viu exatamente esse padrão em cerca de 50% dos XBONGs, sugerindo que eles são NGAs enterrados em camadas empoeiradas.

“O que são os outros 50%?” questionou Kim. Uma possibilidade é que Chandra esteja vendo aglomerados extremamente distantes de galáxias, que brilhariam em raios-X, mas não possuem a assinatura óptica característica que os identifica como NGA, disse ele. Isso poderia explicar cerca de 20% dos XBONGs restantes, acrescentou Kim.

Os outros 30%, ele pensa, são galáxias cuja luz óptica é particularmente poderosa, brilhante o suficiente para eliminar a assinatura óptica do NGA, o que pode acontecer quando tais galáxias estão particularmente distantes.

Kim espera que novas investigações de Chandra ajudem a responder às questões remanescentes sobre essas estranhas entidades.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.