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Cientistas descobrem 139 novos “planetas menores” em nosso Sistema Solar

Por Victor Tangermann
Publicado no Futurism

Enquanto o surto de coronavírus está dominando globalmente as manchetes, uma equipe de astrônomos da Universidade da Pensilvânia descobriu 139 planetas menores – uma categoria de objetos astronômicos pequenos demais para serem considerados planetas, mas também que não podem ser considerados cometas ou rochas espaciais – orbitando o Sol além de Netuno, conforme detalhado em um paper publicado no periódico The Astrophysical Journal na semana passada.

Os chamados “objetos transnetunianos”, dos quais o mais famoso é Plutão, orbitam corpos celestes no Cinturão de Kuiper, uma região do nosso Sistema Solar que se estende além dos oito principais planetas. Em uma extensão de cerca de 50 unidades astronômicas (UA) – ou seja, 50 vezes a distância entre a Terra e o Sol – o cinturão de Kuiper é muito maior que o cinturão de asteroides localizado entre as órbitas de Marte e Júpiter.

As descobertas podem revelar novas maneiras de buscarmos pelo misterioso Planeta Nove, um hipotético nono planeta em nosso Sistema Solar que alguns suspeitam estar causando estranhos efeitos gravitacionais em um aglomerado de objetos transnetunianos além da órbita de Netuno.

“Há muitas hipóteses sobre planetas gigantes que costumavam estar no Sistema Solar e não estão mais, ou planetas distantes e massivos, mas muito ‘ofuscados’ de forma que ainda não tenhamos notado”, disse o colíder da pesquisa e professor da Universidade a Pensilvânia Gary Bernstein em um comunicado.

A equipe usou os dados fornecidos pelo Dark Energy Survey (DES), um esforço de colaboração  internacional para mapear centenas de milhões de galáxias lançado em 2013. Em janeiro, o projeto completou seis anos de coleta de dados.

O DES não foi explicitamente configurado para rastrear objetos transnetunianos, mas para estudar galáxias e supernovas – então seus pesquisadores tiveram que improvisar.

“As pesquisas dedicadas aos objetos transnetunianos têm maneiras específicas de ver tais objetos se moverem, sendo fácil rastreá-los”, disse o principal autor e estudante de pós-graduação Pedro Bernardinelli no comunicado. “Uma das principais coisas que fizemos neste paper foi descobrir uma maneira de reaver esses movimentos”.

A equipe iniciou com um conjunto de dados de sete bilhões de possíveis objetos detectados pelo software do DES. Primeiramente, a equipe reduziu esse número para 22 milhões de objetos “transitórios”, o que significa que eles aparecem apenas por um período limitado de tempo.

Eles então filtraram para 400 candidatos que foram examinados durante pelo menos seis noites de observação. Ao compilar várias imagens, eles foram capazes de verificar a existência de 316 objetos transnetunianos, incluindo 245 já descobertos anteriormente e 139 novos objetos.

Eles esperam que essa forma de encontrar objetos transnetunianos possa ser usada para encontrar ainda mais corpos celestes do tipo usando outros programas de monitoramento, como o Observatório Vera C. Rubin, atualmente em construção no Chile, que será capaz de olhar ainda mais além que o DES.

“Muitos dos programas que desenvolvemos podem ser facilmente aplicados a outros grandes conjuntos de dados, como aqueles que o Observatório Rubin produzirá”, disse Bernardinelli.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.