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Cientistas detectam aumento da atividade cerebral em pacientes no leito de morte em coma

Traduzido por Julio Batista
Original de Victor Tangermann para o Futurism

Uma equipe de cientistas fez uma descoberta fascinante ao analisar a atividade cerebral de dois pacientes em coma em seus suspiros finais.

Eles notaram um aumento na atividade em uma área do cérebro associada à consciência, mesmo depois que seus corações pararam de bater – descobertas que podem ajudar a explicar por que muitos relatam visões vívidas durante Experiências de Quase Morte.

Mas se as descobertas são evidências sólidas de que a consciência continua após a parada cardíaca, isso ainda é algo incerto. Por um lado, o tamanho da amostra é incrivelmente pequeno, o que impossibilita qualquer conclusão definitiva.

Ainda assim, as descobertas são um vislumbre intrigante dos processos neurológicos que ocorrem dentro de um cérebro morrendo.

“Como uma experiência vívida pode emergir de um cérebro disfuncional durante o processo de morte é um paradoxo neurocientífico”, disse George Mashour, diretor fundador do Michigan Center for Consciousness Science e coautor de um novo paper publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, em comunicado.

Conforme detalhado no paper, a equipe descobriu um pico nas ondas gama em dois dos quatro pacientes depois que eles foram retirados do suporte de vida.

Os picos se assemelham aos observados em animais. Em 2013, a mesma equipe observou surtos semelhantes de atividade cerebral após induzir parada cardíaca em ratos.

“Essas descobertas nos levaram a investigar a atividade neural do cérebro em pacientes morrendo antes e depois da retirada clínica do suporte ventilatório”, escreve a equipe em seu novo paper.

Curiosamente, o aumento das ondas gama estava concentrado em uma parte do cérebro associada a sonhos e alucinações relatadas por pacientes com epilepsia.

Mas, dado o fato de que essas ondas gama foram observadas apenas em dois pacientes, os pesquisadores alertam contra tirar conclusões prematuras.

Além disso, não há como coletar dados dos falecidos para descobrir o que eles realmente vivenciaram.

“Não podemos fazer correlações das assinaturas neurais de consciência observadas com uma experiência correspondente nos mesmos pacientes neste estudo”, disse a coautora Nusha Mihaylova, professora clínica associada da Universidade de Michigan, EUA, no comunicado.

“No entanto, as descobertas observadas são definitivamente empolgantes e fornecem uma nova estrutura para nossa compreensão da consciência encoberta nos humanos em seus leitos de morte”, acrescentou ela.