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Cientistas detectam um núcleo pegajoso dentro de Marte através de ‘martemotos’

Traduzido por Julio Batista
Original de Noor Al-Sibai para o Futurism

Depois de inspecionar os dados de uma sonda de Marte da NASA, os cientistas dizem que descobriram o que está no coração do núcleo do Planeta Vermelho.

Em um comunicado à imprensa sobre as descobertas revolucionárias da Universidade de Maryland, EUA, os geólogos que fizeram essa descoberta histórica dizem que o núcleo de Marte é feito de uma liga de ferro líquido pegajoso que é “rica em enxofre e oxigênio”.

Essa hipótese foi obtida, como observa o comunicado de imprensa, usando dados sísmicos da sonda InSight Mars da NASA, que por anos monitorou os estrondos do Planeta Vermelho até o final de 2022 – e como um dos autores do novo paper publicado ontem na revista Proceedings of the National Academy of Sciences observou, há um precedente para esse tipo de coisa.

“Em 1906, os cientistas descobriram pela primeira vez o núcleo da Terra observando como as ondas sísmicas dos terremotos eram afetadas ao viajar através dele”, disse Vedran Lekic, da UMD, professor associado de geologia e co-autor do paper, no comunicado da faculdade. “Mais de cem anos depois, estamos aplicando nosso conhecimento de ondas sísmicas a Marte.”

Tremendo nas bases

Lekic e o restante da equipe de geologia da UMD fizeram sua incrível previsão observando as ondas causadas por dois eventos registrados nos dados do InSight: um martemoto (sim, um terremoto em Marte) e um evento de impacto.

“Ao comparar o tempo que essas ondas levaram para viajar através de Marte em comparação com as ondas que permaneceram no manto… os pesquisadores concluíram que “Marte provavelmente tem um núcleo completamente líquido, ao contrário da combinação da Terra de um núcleo externo líquido e um núcleo interno sólido”.

A equipe da UMD também “inferiu detalhes sobre a composição química do núcleo, como a quantidade surpreendentemente grande de elementos leves (elementos com baixo número atômico) – ou seja, enxofre e oxigênio – presentes na camada mais interna de Marte”, disse o comunicado.

Embora essa descoberta seja superlegal por si só, ela também pode ajudar em pesquisas futuras sobre a formação de planetas – e ainda há muito a aprender.

“Embora a missão InSight tenha terminado em dezembro de 2022… ainda estamos analisando os dados coletados”, disse Lekic. “InSight continuará a influenciar a forma como entendemos a formação e evolução de Marte e outros planetas nos próximos anos.”

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.