Cientistas descobriram o canabidiol, um composto da cannabis conhecido como CBD, em uma planta brasileira, abrindo novos caminhos potenciais para a produção da substância cada vez mais popular.
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A equipe encontrou CBD nos frutos e flores de uma planta conhecida como Trema micrantha blume, um arbusto que cresce em grande parte do país e é frequentemente considerado uma erva daninha, disse o biólogo molecular Rodrigo Moura Neto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. AFP em junho.
O CBD, cada vez mais utilizado por alguns para tratar doenças como epilepsia, dor crônica e ansiedade, é um dos principais compostos ativos da canábis, juntamente com o tetrahidrocanabinol, ou THC – a substância que faz os utilizadores sentirem-se pedrados.
A eficácia do composto como tratamento médico continua em pesquisa.
Neto disse que a análise química descobriu que “Trema” contém CBD, mas não THC, levantando a possibilidade de uma nova fonte abundante do primeiro – uma que não enfrentaria os obstáculos legais e regulatórios da cannabis, que continua a ser proibida em muitos lugares, incluindo Brasil.
“É uma alternativa legal ao uso de cannabis”, disse ele.
“Essa é uma planta que cresce em todo o Brasil. Seria uma fonte de canabidiol mais simples e barata.”
Os cientistas já haviam encontrado CBD em uma planta relacionada na Tailândia, disse ele.
Neto, que ainda não publicou os seus resultados, disse que planeja agora ampliar o seu estudo para identificar os melhores métodos para extrair CBD do “Trema” e analisar a sua eficácia em pacientes com condições atualmente tratadas com cannabis medicinal.
Sua equipe ganhou recentemente uma doação de 500 mil reais (US$ 104 mil) do governo brasileiro para financiar a pesquisa, que ele estima que levará pelo menos cinco anos para ser concluída.
Um estudo realizado no ano passado pela empresa de análise de mercado Vantage Market Research estimou o mercado global de CBD em quase 5 bilhões de dólares e projetou que cresceria para mais de 47 bilhões de dólares até 2028, impulsionado principalmente pela utilização na saúde e no bem-estar.
Traduzido por Mateus Lynniker de ScienceAlert