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Cientistas encontram sinais inexplicáveis ​​na substância branca do cérebro

Cientistas encontram sinais inexplicáveis ​​na substância branca do cérebro

A massa cinzenta no cérebro tende a atrair a maior parte da atenção dos pesquisadores, mas metade do cérebro é, na verdade, um material interconectado chamado matéria branca. Um novo estudo destaca agora alguns sinais importantes que sugerem que deveríamos prestar mais atenção a essas estradas pálidas.

A massa cinzenta é composta principalmente de corpos de células nervosas que lidam com os tipos de cálculos responsáveis ​​pela nossa fala, aprendizagem, cognição, sensação e movimento.

A substância branca, por outro lado, consiste em grande parte em estruturas chamadas axônios, que são responsáveis ​​por conectar as células cerebrais entre si e com o resto do corpo.

A equipe de pesquisa por trás do novo estudo, da Universidade Vanderbilt, usou imagens de ressonância magnética funcional (fMRI) para observar mudanças na substância branca enquanto os sujeitos do teste realizavam tarefas – como mexer os dedos.

Atualmente, os sinais da substância branca são frequentemente ignorados ou descartados dos exames de ressonância magnética funcional, porque são mais fracos e mais difíceis de detectar. Para superar isso, pediu-se aos participantes do estudo que repetissem continuamente as ações atribuídas, a fim de construir uma tendência e um padrão que pudessem ser medidos adequadamente.

Os pesquisadores procuraram padrões de atividade nas regiões da substância branca do cérebro. (Schilling et al., PNAS, 2023)

Um claro aumento nos sinais dependentes do nível de oxigenação do sangue (BOLD) foi observado na substância branca, indicando aumento da atividade cerebral enquanto as tarefas eram realizadas. Essa é uma visão importante, mesmo que ainda não saibamos exatamente o que está acontecendo.

“Não sabemos o que isto significa”, diz o engenheiro biomédico Kurt Schilling. “Nós simplesmente sabemos que algo está acontecendo. Existe realmente um sinal poderoso na substância branca.”

Na massa cinzenta, um aumento nos sinais BOLD significa mais fluxo sanguíneo e oxigenação no cérebro. Poderia ser o mesmo nas células da substância branca: pode significar que mais oxigênio é usado enquanto o cérebro está funcionando, ou pode estar de alguma forma ligado à atividade da substância cinzenta.

À medida que a matéria branca lida com a conectividade, precisamos de compreender mais sobre o que se passa aqui – distúrbios que vão da epilepsia à esclerose múltipla podem surgir quando essa conectividade é interrompida.

“O sinal está mudando”, diz Schilling. “Está mudando de forma diferente em diferentes vias da substância branca e em todas as vias da substância branca, o que é uma descoberta única”.

Estudos futuros poderão analisar estes sinais da substância branca com mais detalhes, especialmente em relação a problemas de saúde como a doença de Alzheimer. Os pesquisadores também estão interessados ​​em examinar as causas biológicas desta atividade.

Esta negligência da atividade da substância branca é algo que os pesquisadores querem ver mudado no futuro. Esses sinais são indicadores úteis da atividade cerebral, e não do ruído de fundo, argumenta a equipe responsável pelo estudo.

“Durante 25 ou 30 anos, negligenciamos a outra metade do cérebro”, diz Schilling.

 

Traduzido por Mateus Lynniker de ScienceAlert

Mateus Lynniker

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