Por Caroline Brooks
Publicado na EurekAlert!
O Laboratório de Sono e Aprendizagem da Universidade Estadual de Michigan conduziu um dos maiores estudos sobre o sono até o momento, revelando que a privação de sono nos afeta muito mais do que as teorias anteriores sugeriam.
Publicado no Journal of Experimental Psychology: General, o estudo não é apenas um dos maiores estudos, mas também o primeiro a avaliar como a privação de sono afeta a organização espacial – ou a capacidade de completar um ampla variedade de tarefas sem perder o lugar, mesmo com potenciais interrupções. Esse estudo leva em consideração pesquisas anteriores de cientistas do sono da MSU para quantificar o efeito que a falta de sono tem sobre a capacidade de uma pessoa de seguir um procedimento e manter a atenção.
“Nossa pesquisa mostrou que a privação de sono duplica as chances de cometer erros de organização e triplica o número de lapsos de atenção, o que é surpreendente”, disse Fenn. “Indivíduos privados de sono precisam ter cautela em absolutamente tudo o que fazem e simplesmente não podem confiar que não cometerão erros dispendiosos. Muitas vezes – como quando estão ao volante de um carro – esses erros podem ter consequências trágicas”.
Ao compartilhar suas descobertas sobre os efeitos separados que a privação de sono exerce sobre a função cognitiva, Fenn – e coautores Michelle Stepan, estudante de doutorado da MSU, e Erik Altmann, professor de psicologia – espera que as pessoas reconheçam o quanto suas habilidades são prejudicadas devido à falta de sono.
“Nossas descobertas desmentem uma teoria comum, que sugere que a atenção é a única função cognitiva afetada pela privação de sono”, disse Stepan. “Nossos resultados sugerem que completar uma atividade que exige uma ampla variedade de etapas, como um médico concluir um procedimento médico, é muito mais arriscado em condições de privação de sono”.
Os pesquisadores recrutaram 138 voluntários para participar da avaliação de sono durante a noite; 77 ficaram acordados a noite toda e 61 foram para casa dormir. Todos os participantes realizaram duas tarefas cognitivas à noite: uma que mediu o tempo de reação a um estímulo; a outra mediu a capacidade de um participante de manter seu lugar em uma série de etapas sem omitir ou repetir uma etapa – mesmo após interrupções esporádicas. Em seguida, os participantes repetiram ambas as tarefas pela manhã para ver como a privação de sono afetava seu desempenho.
“Após a interrupção, houve uma taxa de erro de 15% à noite e vimos que a taxa de erro aumentou em cerca de 30% para o grupo privado de sono na manhã seguinte”, disse Stepan. “As pontuações matinais dos participantes descansados foram semelhantes à da noite anterior”.
“Há algumas tarefas que as pessoas podem executar no piloto automático que podem não ser afetadas pela falta de sono”, disse Fenn. “No entanto, a privação de sono causa déficits generalizados em todos os aspectos da vida”.