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Controle biológico do Aedes com larvas do mosquito elefante

Uma inciativa do Instituto Nacional De Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) está buscando alternativas para fazer o controle do Aedes aegypti e do Aedes albopictus, ambos transmissores da dengue, febre chikungunya e do zika vírus. A ideia é fazer um controle biológico utilizando as larvas do mosquito elefante, que faz um controle biológico natural alimentando-se das larvas de outros mosquitos.

O mosquito elefante (ou Toxorhynchites haemorrhoidalis haemorrhoidalis) ingere, durante a sua fase larval, 120 larvas do mosquito Aedes aegypti em apenas seis dias. Além disso, o mosquito elefante adulto não se alimenta de sangue, mas sim do néctar das flores. O trabalho é feito pelo bolsista de iniciação científica Jefeson Cruz de Souza com a orientação da pesquisadora Raquel Telles Sampaio e Ulysses Barbosa.

A pesquisa iniciou-se em agosto do ano passado e é monitorada semanalmente. São 24 criadouros artificiais plásticos distribuídos em seis diferentes pontos de fragmentos de mata urbana localizados dentro do Campus I do Inpa.

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Mosquito elefante adulto

Os mosquitos elefantes colonizam diferentes ambientes de vegetação e suas larvas se alimentam dos transmissores da dengue, chikungunya e zika vírus. Dessa forma, ao serem inseridos em mais ambientes urbanos, o mosquito elefante irá fazer o controle natural e diminuir os números de casos dessas três doenças. “Esse estudo é importante porque aponta outros meios para controlar os mosquitos transmissores de doenças”, diz Telles.

Hugo Mesquita, do Laboratório de Etnoepidemologia do Inpa, onde o trabalho está sendo realizado, enfatiza a importância da pesquisa: “(…) essas larvas são predadoras naturais de mosquitos em ambientes de vegetação. Junto com outros predadores naturais vão controlar a população do mosquito do gênero Aedes”.

Mesquita completa que as plantas são importantes no processo de controle natural por servirem de alimento. “Eles são atraídos por esse tipo de vegetação [flores] e vão procurar desovar em volta desse ambiente”.

Jefeson está estudando se as fêmeas do mosquito elefante têm alguma preferência pela cor do ambiente em que vão desovar. A partir disso, armadilhas especiais serão feitas para capturar essas fêmeas e começar a criação em laboratório. “O mosquito elefante pode ser considerado amigo do homem por não transferir doenças, pois na fase adulta não se alimenta de sangue e não pica o homem”, finaliza.

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Mosquito em fase larval

Via portal do Inpa.

Yara Laiz Souza

Yara Laiz Souza

Estudante de Ciências Biológicas na Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Divulgadora Científica nas redes sociais, escreve para diversos sites e revistas online, tem uma modesta página no Facebook (Ciência em Pauta - Por Yara Laiz Souza) e, nas horas vagas, cultua fotos do Benedict Cumberbatch no celular.