Os astrรดnomos mediram o parรขmetro de Hubble, a velocidade com que o Universo se expande, com as observaรงรตes que sรฃo locais (redshifts de objetos prรณximos) e globais (radiaรงรฃo cรณsmica de fundo). Durante muito tempo, elas tรชm sabido que estes dois grupos de medidas diferentes, uma discrepรขncia que nรฃo foi completamente explicada e o que foi, de fato, recentemente confirmado para ser de cerca de 9 %por observaรงรตes do satรฉlite Planck. Em uma anรกlise teรณrica publicada na revista Physical Review Letters, Valerio Marra da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, e colegas, pode ser responsรกvel por parte desse deficit aparente, mas as diferenรงas restantes, se confirmada, pode apontar para fรญsica alรฉm do modelo padrรฃo da cosmologia.
Os cรกlculos do grupo Heidelberg mostram que parte da discrepรขncia entre a expansรฃo local e global pode ser resultado de uma variaรงรฃo cรณsmica do Hubble, parรขmetro com a noรงรฃo de que diferentes pedaรงos do Universo comportam-se em diferentes campos gravitacionais e assim o nosso parรขmetro de Hubble local pode diferir do valor mรฉdio global. Desde os anos 1990, os cosmรณlogos tรชm lanรงado em torno da idรฉia de um local “Hubble Bubble”, com menos matรฉria nele do que em comparaรงรฃo com a mรฉdia global. Marra considera diferentes cenรกrios e conclui que a variรขncia cรณsmica poderia, no mรกximo, explicar cerca de um quarto da discrepรขncia entre os valores Hubble global e local para uma bolha que รฉ esperada em cosmologia padrรฃo. Toda a discrepรขncia pode ser explicada somente dessa forma, se a bolha foi um tipo que deve ocorrer muito raramente no universo. Portanto, alguma coisa deve estar acontecendo alรฉm de bolhas de tamanho padrรฃo, talvez atรฉ uma nova fรญsica, que fuja da naturalidade tais como a presenรงa de heterogeneidades nรฃo previstas pela cosmologia padrรฃo ou uma forma exรณtica de energia escura.
O artigo foi publicado no site da Physics.