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Distúrbios nos olhos podem ter relação com doenças cardiovasculares

Defeitos localizados na camada de fibras nervosas da retina têm sido relatados como um indicador sensível do grau de dano glaucomatoso em pacientes com neuropatia óptica glaucomatosa. Estudos anteriores sugeriram uma possível relação entre esse quadro e o sistema cardiovascular.

O estudo publicado na Scientific Reports realizado na Inje University College of Medicine, Coreia do Sul, investigou os riscos cardiovasculares em 440 pacientes com defeitos localizados na camada de fibras nervosas da retina.

Os pesquisadores consideraram os seguintes fatores de risco: hipertensão de alto risco (TFGe> 60 mL / min / 1,73 m2 com danos em pelo menos um órgão-alvo ou TFGe ≤ 60 mL / min / 1,73 m2); diabetes mellitus com albuminúria; doença renal anúrica em estágio terminal que requer diálise; algum parente que tenha sofrido um infarto agudo do miocárdio com idade inferior a 55 anos (se homem) ou 65 anos (se mulher); doença aterosclerótica assintomática (diâmetro da aorta abdominal ≥3 cm ou índice tornozelo-braquial> 0,9, placa carotídea ou espessura médio-íntima da carótida ≥0,9 mm, ocorrência de acidente vascular encefálico cerebrovascular assintomático antigo ou estenose> 30% em pelo menos uma artéria coronária principal); artrite reumatóide, idade> 40 anos e uso de metotrexato e esteróides; fibrilação atrial; e histórico de transplante renal há mais de três meses. Pessoas com idade mais de 20 anos que apresentaram pelo menos um dos critérios de inclusão descritos acima foram incluídos no estudo.

A pesquisa indicou que pacientes nessa condição apresentaram associação com maiores valores de pressão arterial sistólica, comprometimento da função renal, valores mais altos de hemoglobina glicada. Além disso, pacientes com defeitos localizados na camada de fibras nervosas da retina apresentam maior risco previsto para doenças cardiovascular nos próximos 10 anos.

A pesquisa sugere que a equipe clínica faça sempre uma avaliação cardiológica em pacientes com problemas na retina.

Referência

Vitor Engrácia Valenti

Vitor Engrácia Valenti

Graduado em Fisioterapia pela UNESP/Marília. Doutorado em Ciências pela UNIFESP com Sandwich na University of Utah. Pós-Doutor em Fisiopatologia pela USP e Livre-Docente pela UNESP/Marília. É Prof. Adjunto de Fisiologia e Morfofisiopatologia na UNESP/Marília. Membro do corpo editorial da Scientific Reports, da Frontiers in Physiology, da Frontiers in Neuroscience e da Frontiers in Neurology. Coordenador do Centro de Estudos do Sistema Nervoso Autônomo. Contato: vitor.valenti@unesp.br