Por Dan Robitski
Publicado no Futurism
Pela primeira vez, os cientistas sequenciaram completamente o genoma do axolote, uma salamandra capaz de regenerar várias partes do corpo após ferimentos.
Ao decifrar todo o código genético do axolote, de acordo com um comunicado de imprensa, os médicos da Universidade de Kentucky, Estados Unidos, esperam conseguir utilizá-lo na medicina humana. Com o desenvolvimento de novos tratamentos genéticos, eles esperam que um dia os seres humanos possam regenerar membros ausentes ou se recuperarem de outras lesões, como as salamandras fazem.
“É difícil encontrar uma parte do corpo que eles não consigam regenerar: os membros, a cauda, a medula espinhal, os olhos e, em algumas espécies, as lentes dos olhos, até metade do cérebro eles são capazes de regenerar, como observamos”, disse Randal Voss, pesquisador da Universidade de Kentucky, no comunicado.
O sequenciamento do genoma humano tornou-se mais ou menos comum, mas a equipe precisava criar novas técnicas para sequenciar o DNA dos axolotes, porque o código genético do bicho é dez vezes maior que o do humano.
“Apenas alguns anos atrás, ninguém achava possível montar um genoma de mais de 30 GB”, disse o biólogo da Universidade de Kentucky Jeremiah Smith. “Mostramos agora que é possível usar um método econômico e acessível, que abre a possibilidade de sequenciar rotineiramente outros animais com grandes genomas”.
Com essa capacidade, a equipe espera começar a investigar a sequência completa de DNA para obter informações sobre as habilidades regenerativas do axolote.
“Agora que temos acesso a informações genômicas, podemos realmente começar a investigar as funções genéticas do axolote e aprender como elas são capazes de regenerar partes do corpo”, disse Voss. “Esperamos que um dia possamos traduzir essas informações para a terapia humana, com possíveis aplicações para lesões na medula espinhal, acidente vascular cerebral, reparo de articulações… o céu é realmente o limite”.