O fundador da SpaceX, Elon Musk, relançou sua proposta de que um bombardeio em Marte com mísseis nucleares poderia contribuir para a sua terraformação, aquecendo a superfície do gelado planeta Vermelho.
Em sua conta no Twitter, Musk divulgou no dia 15 de agosto a breve mensagem “Nuke Mars”, seguida por outro tweet com a imagem de algumas camisetas com esse slogan. Ele até colocou esse lema como foto de perfil.
Há quatro anos, Musk participou do The Late Show with Stephen Colbert e discutiu uma estratégia para tornar o planeta vermelho mais habitável: detonar bombar nucleares em seus polos. As explosões vaporizariam boa parte das camadas de gelo de Marte, liberando vapor de água e dióxido de carbono suficientes, ambos gases potentes do efeito estufa, para aquecer substancialmente o planeta, de acordo com a ideia.
No entanto, essa ideia tropeça no ceticismo de muitos cientistas, que questionam não apenas a capacidade tecnológica de que o ser humano consiga enfrentar esse desafio com a tecnologia disponível, mas também a dimensão ética de intervir em um planeta nesse nível.
Há também ressalvas sobre a efetividade da iniciativa. Um estudo de 2018, publicado na prestigiada revista Nature Astronomy, concluiu que Marte não contém CO₂ suficiente hoje para alcançar um aquecimento significativo. “Como resultado, concluímos que a terraformação de Marte não é possível utilizando a tecnologia atual”, escreveram os pesquisadores.
Mas o conceito nuclear poderia ser pior do que apenas ineficaz, disseram alguns cientistas. Ou seja, poderia contraproducente, dando lugar a um “fenômeno conhecido como ‘inverno nuclear‘ (semelhante ao impacto de um asteroide que matou os dinossauros), no qual tanta poeira e partículas seriam geradas que literalmente bloqueariam uma parte significativa da luz solar, esfriando o planeta”, disse o cientista climático Michael Mann, da Penn State University, ao US News and World Report por e-mail em 2015.