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Enorme dinossauro argentino de 30 metros é tão grande que seus fósseis quebraram a estrada durante o transporte

Traduzido por Julio Batista
Original de Laura Geggel para a Live Sicence

Paleontólogos na Argentina descobriram os restos de um enorme dinossauro de pescoço comprido que media cerca de 30 metros de comprimento quando viveu cerca de 90 milhões de anos atrás, segundo um novo estudo.

Examinar enormes dinossauros nem sempre foi fácil. Os fósseis deste titanossauro — o maior dos dinossauros de pescoço longo — eram tão pesados ​​que causaram um acidente de trânsito quando os pesquisadores transportavam os restos do herbívoro para Buenos Aires para serem estudados.

“O peso desestabilizou o veículo e causou um acidente”, disse o autor sênior do estudo, Fernando Novas, paleontólogo do Museu de Ciências Naturais Bernardino Rivadavia, em Buenos Aires, e pesquisador do Conselho Nacional de Pesquisas da Argentina (CONICET), à Live Science em um e-mail traduzido. “Felizmente, ninguém ficou gravemente ferido e os ossos desse dinossauro, que voou pelos ares, eram tão duros que não foram danificados. Pelo contrário, quebraram o asfalto da estrada.”

Um dos fêmures de Chucarosaurus diripienda ao lado de uma pá para comparação de tamanho. O fêmur mede 1,9 metros de comprimento. (Créditos: Nicolas Chimento)

Esse acidente ajudou a inspirar o nome científico do dinossauro: Chucarosaurus diripienda. Na língua indígena da região, quéchua, “Chucaro” significa “animal duro e indomável”, enquanto em latim “diripienda” significa “misturado”.

Em 2018, os paleontólogos descobriram os fósseis de C. diripienda, que estavam espalhados e semienterrados nas colinas da estepe patagônica na província de Río Negro. O fóssil incluía sete ossos diferentes: tanto do membro anterior (incluindo o úmero, rádio, metacarpo) quanto do quadril (ísquio) e perna traseira (fêmur, tíbia e fíbula). “Os ossos eram tão pesados ​​que tiveram de ser movidos, centímetro a centímetro, por várias pessoas”, disse Novas.

Escavadores levantam um enorme fóssil de Chucarosaurus diripienda que foi coberto por um gesso protetor. (Créditos: Julieta De Pasqua)

Durante sua vida no Cretáceo, C. diripienda teria pesado entre 27 e 36 toneladas, disse Novas. “No entanto, está longe de ser um dos maiores e mais colossais dinossauros, como o Patagotitan, o argentinossauro ou o Notocolossus, que teriam pesado entre 65 toneladas.”

A equipe de pesquisa ao lado dos fósseis recuperados do titanossauro Chucarosaurus diripienda. (Créditos: Fernando Novas)

Enquanto isso, o dinossauro mais longo já registrado é provavelmente o Supersaurus, que viveu cerca de 150 milhões de anos atrás ondehoje é o oeste americano e provavelmente ultrapassou os 39 metros.

Embora C. diripienda fosse extremamente longo, ele usava seu comprimento a seu favor. “Seu longo pescoço permitia que ele se alimentasse das folhas no topo das árvores, e sua longa cauda teria sido uma arma eficaz contra ataques de grandes dinossauros carnívoros que espreitavam em seu ambiente”, disse Novas.

O estudo foi publicado na edição de junho da revista Cretaceous Research.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.