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Espelho, luz e juventude

Deseja conferir uma imagem antiga sua mas não por meio de fotografias, filmagens e outras tecnologias dessa linha? Simples: olhe ao espelho.

A 30 centímetros de distância de um espelho, sua imagem chegará com um atraso de um nanosegundo. Isso significa 0,000.000.001 segundo – o mesmo que um segundo fracionado em um bilhão de partes.

Mas por que acontece tal atraso? Simples: trata-se do tempo que a luz leva para percorrer o espaço entre o item e o observador.

Veja outros exemplos:

– Caso você esteja a dois metros de um televisor, a imagem do aparelho chegará com 6,67 nanosegundos de atraso. Ou seja, um segundo dividido por aproximadamente 150 milhões;

– Um goleiro posicionado a 80 metros da meta adversária verá este gol com 266,67 nanosegundos de atraso. Ou seja, um segundo fracionado por 3,75 milhões;

– O circuito de Monza, palco do GP da Itália de Fórmula-1, possui 5,793 quilômetros de extensão. Em 2012, a volta mais rápida da prova foi registrada pelo inglês Lewis Hamilton, da Mercedes: 1m28s004. Nesse tempo, a luz percorreu no vácuo aproximadamente 26,4 milhões de quilômetros;

– A luz solar refletida na Lua, a 384.400 quilômetros de nosso Planeta, demora 1,281 segundo para “chegar” à Terra. Já a luz do Sol, a 149.600.000 quilômetros, chega-nos diretamente com um atraso próximo a oito minutos e 19 segundos;

– Os astrônomos visualizam Saturno, 1,283 bilhão de quilômetro além da Terra, como “era” há 71 minutos;

– A sonda Voyager 1, distante cerca de 19,6 bilhões de quilômetros de nosso planeta, seria vista como “era” há 18 horas;

– Ao longo de um ano, a luz percorre aproximadamente 9,5 trilhões de quilômetros no vácuo. Essa distância é conhecida como ano-luz.

Da próxima vez em que olhar ao espelho, saiba que aquele é você um “pouquinho” mais jovem.

Rafael Ligeiro

Rafael Ligeiro

Jornalista e publicitário, atua em Comunicação desde 2002. Com mais de 400 artigos sobre diversos segmentos publicados no Brasil e no Exterior, escreve sobre astronomia para os sites AstroPt e Universo Racionalista, além da revista da Associação Brasileira dos Planetarios (ABP), a Planetaria. Fascinado por ciência desde a infância, é fã de documentários como O Universo e Cosmos.