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Esqueleto de 7.000 anos perfeitamente preservado é desenterrado durante reforma na Polônia

Traduzido por Julio Batista
Original de Owen Jarus para a Live Science

Arqueólogos na Polônia descobriram o esqueleto completo de uma pessoa que viveu há cerca de 7.000 anos perto do que hoje é Cracóvia.

O esqueleto neolítico, desenterrado durante a reforma de uma praça da cidade em Słomniki, está em excelentes condições e foi encontrado com fragmentos de cerâmica ao lado. Com base no estilo da cerâmica, que pertence à Cultura da Cerâmica Linear, o sepultamento provavelmente data de cerca de 7.000 anos atrás, disse Paweł Micyk, um arqueólogo da Galty Earth & Engineering Services que escavou o local, à Live Science por e-mail.

O indivíduo foi enterrado em solo frouxamente compactado com composição química não ácida, o que ajudou a preservar o esqueleto, disse Micyk.

“No momento, não podemos determinar quem era a pessoa enterrada”, embora uma próxima análise por um antropólogo provavelmente revele mais informações, disse Micyk. Além disso, a equipe planeja datar o esqueleto por radiocarbono para obter um período de tempo mais preciso de quando o indivíduo viveu.

Uma imagem gerada por computador mostrando o sepultamento. (Créditos: Pawel Micyk & Lukasz Szarek)

Fragmentos de líticos de sílex também foram encontrados ao lado do sepultamento. Alguns dos bens da sepultura foram danificados porque o nível superior da sepultura foi nivelado em algum momento no passado, disse Micyk.

Uma imagem do cemitério em Słomniki, na Polônia, tirada com um drone. (Créditos: Pawel Micyk & Lukasz Szarek)

Małgorzata Kot, uma professora adjunta de arqueologia da Universidade de Varsóvia que não está envolvida com a escavação, disse que “esta é uma descoberta emocionante e muito importante, de fato”. O “sepultamento pertence aos primeiros agricultores neolíticos que cruzaram os Cárpatos pelo sul e entraram na Polônia no 6º milênio”, disse Kot à Live Science por e-mail.

A sepultura e os artefatos encontrados perto dela. Restos de cerâmica e líticos de sílex foram encontrados com a sepultura. (Créditos: Pawel Micyk & Lukasz Szarek)

Desses primeiros agricultores, “ainda sabemos pouco sobre [sua] cultura e especialmente sobre as práticas funerárias. Eles enterravam seus mortos dentro dos assentamentos ou em cemitérios separados, mas os cemitérios são muito raros”, disse Kot. É possível que esse esqueleto lance mais luz sobre essas pessoas, disse Kot.

“Você deve imaginar que esses primeiros agricultores estavam entrando em uma terra absolutamente nova para eles – a terra da floresta profunda das terras baixas da Europa Central. É uma terra de clima mais severo, mas também uma terra que já era habitada por outras pessoas”, disse Kot, observando que eles teriam encontrado caçadores-coletores que já viviam lá.

Os agricultores e caçadores-coletores coexistiram por cerca de dois milênios, mas como eles interagiram não está totalmente claro, disse Kot.