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Esta filmagem da primeira sonda a tocar o Sol vai deixar você sem palavras

Por Fiona MacDonald
Publicado na ScienceAlert

Muitos fãs da ciência estavam pirando esta semana quando a NASA confirmou que sua Parker Solar Probe havia se tornado a primeira espaçonave a ‘tocar o Sol’ em abril.

Mas se você pensou que isso era algo incompreensível para nós, segure-se, porque na verdade há uma filmagem com um timelapse da visão da espaçonave enquanto ela desce para a coroa do Sol – e é uma das coisas mais espetaculares que vimos em um muito tempo.

A filmagem é composta de imagens individuais capturadas entre 8 e 12 de agosto deste ano, durante o nono periélio da sonda, ou a maior aproximação do Sol. E, vamos ser honestos, parece algo saído de um filme de ficção científica.

Se você ainda não estiver pasmo, pule de volta para 0:02 e aprecie com seus olhos aquela participação especial da Via Láctea ao fundo.

Então, o que estamos realmente olhando? Essas imagens foram capturadas pelo instrumento WISPR (Wide-field Imager for Solar Probe ou, na tradução livre, Gerador de Imagens de Campo Amplo para a Sonda Solar) da sonda Parker.

Todas essas faixas pelas quais a sonda está passando são flâmulas coronais – ciclos massivos de gás eletricamente carregado e plasma que conectam duas regiões de polaridade oposta no Sol. Eles são estendidos pelo vento solar e brilham assim porque estão cheios de elétrons.

Essas flâmulas, também conhecidas como flâmulas do capacete, geralmente são visíveis apenas da Terra durante um eclipse – mas na filmagem elas são vistas enquanto a espaçonave voa acima e abaixo delas dentro da coroa.

Eclipse visto de Oregon em 21 de agosto de 2017. As flâmulas coronais são visíveis. Créditos: M. Druckmuller, Habbal et al., 2021.

Mas isso não é tudo para ficar boquiaberto no timelapse da Parker. Dê uma outra olhada e você notará que há planetas visíveis no fundo – incluindo a Terra!

“Temos (em ordem): Mercúrio (Mercury), Vênus (Venus), Via Láctea [provavelmente seu centro] (Milky Way), Saturno (Saturn), Terra (Earth) e Júpiter (Jupiter), com este último passando a Terra no final da sequência”. Créditos: NASA / Grant Tremblay / Karl Battams / Twitter.

Embora a NASA não tenha confirmado quais planetas são quais, investigações detalhadas da internet pelo astrofísico Grant Tremblay, do Centro de Astrofísica Harvard & Smithsonian, vieram com algumas respostas.

De acordo com Tremblay, com a ajuda do cientista computacional Karl Battams e Andrew Phillips, em ordem de aparecimento, primeiro vemos Marte, Mercúrio, Vênus, a Via Láctea, Saturno e, finalmente, uma pequena dança entre a Terra e Júpiter.

Se isso soa como algo enorme para se ver em apenas cinco dias, você não está errado. Mas não se esqueça que a Parker Solar Probe estava se movendo a velocidades de até 147 quilômetros por segundo ou 529.200 quilômetros por hora – você pode observar a velocidade sendo registrada no canto inferior esquerdo da filmagem.

Então, se você ainda não estava animado com esta pequena e incrível sonda revisando nossa compreensão do coração de nosso Sistema Solar, espero que você esteja agora.

Indiscutivelmente, a melhor coisa é o fato de que a pequena espaçonave ainda tem outros 15 periélios à sua frente, e temos mais quatro anos de dados para coletar e analisar.

Quando sua missão for cumprida, poderemos finalmente entender mais sobre a enigmática estrela que move nosso mundo.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.