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Este deslumbrante close do ”Grand Canyon” de Marte é de arrepiar

Por Jacinta Bowler
Publicado na ScienceAlert

O Tithonium Chasma é um grande desfiladeiro. Com impressionantes 810 quilômetros de comprimento, ocupa uma grande parte do Valles Marineris – o maior sistema de cânions que conhecemos em todo o Sistema Solar.

Este close do abismo foi obtido em 2013 pela câmera High Resolution Imaging Science Experiment (HiRISE) a bordo do Mars Reconnaissance Orbiter e foi apresentada como a imagem HiRISE do dia.

A imagem mostra cerca de um quilômetro do terreno de Marte com colinas e vales tortuosos, mas como você pode ver nas outras imagens, quando você começa a diminuir o zoom, esta é apenas uma pequena seção de um todo colossal.

(Créditos: NASA/JPL/UArizona)

Mas como ele foi parar lá? O Grand Canyon na Terra – que é cinco vezes mais raso e 10 vezes mais curto que os Valles Marineris – foi esculpido pelo Rio Colorado.

Mas os cientistas não têm certeza do que teria formado o cânion de Valles Marineris e o Tithonium Chasma, de 8 a 10 quilômetros de profundidade, então eles estão tirando fotos para tentar descobrir.

Sabemos que a inclinação do eixo de Marte (chamada de obliquidade) não é tão estável quanto a da Terra, variando amplamente de mais de 60 graus a menos de 10 no passado antigo.

Uma versão não cortada e sem a coloração da imagem acima. (Créditos: NASA/JPL/UArizona)

“É possível, embora não comprovado, que a maior obliquidade tenha provocado o derretimento parcial de parte do gelo de Marte”, escreveu o porta-voz da HiRISE, Edwin Kite, em 2014.

“Nossa melhor chance de entender isso é encontrar partes de gelo, poeira, lodo ou areia que se acumularam ao longo de muitos ciclos de mudança de obliquidade.”

A imagem do Tithonium Chasma acima mostra esses achados. As camadas de sedimentos – aquelas listras escuras e claras estendendo diagonalmente no meio da imagem – são relativamente uniformes, possivelmente mostrando o acúmulo gradual de sedimentos ao longo de muitos longos ciclos dessa mudança de inclinação axial.

Um mapa mostrando a localização das imagens acima no Valles Marineris. (Créditos: NASA/JPL/UArizona)

Mesmo sete anos após esta foto ter sido tirada, ainda não temos certeza do que criou os Valles Marineris. Alguns pesquisadores suspeitam que uma grande “rachadura” tectônica pode ter dividido a superfície de Marte para ser posteriormente reforçada pelo fluxo de lava, ou potencialmente água se a inclinação axial do planeta estiver correta.

Mas, realmente, embora essas imagens sejam cientificamente interessantes para os astrônomos, elas também são simplesmente lindas.

A escala impressionante desses picos e vales incríveis, capturados por uma espaçonave a 264 quilômetros da superfície do planeta, realmente não pode ser subestimada.

Você pode ver ainda mais fotos dos Valles Marineris aqui.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.