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Fenômeno do Facebook ‘Câmara de Eco’ torna as pessoas mais intolerantes, segundo estudo

Publicado no RT
Traduzido por Rodrigo Capra

O Facebook permite aos usuários navegar sobre informações do mundo todo – mas ao invés de tornar as pessoas mais abertas a novas ideias, a rede social está tornando as pessoas mais conservadores e com a mente mais fechada. Usuários estão simplesmente buscando por visões baseadas em suas próprias opiniões, sugere o recente estudo.

O estudo, publicado na revista PNAS (‘Proceedings of the National Academy of Sciences’), examinou dados sobre os temas discutidos na rede social entre o período de 2010 e 2014. As informações foram separadas em 3 grupos: notícias científicas, rumores de conspirações e trolls.

Apesar de extenso conteúdo de informação disponível a poucos cliques, o estudo descobriu que os usuários tendem a se agregar em comunidades de interesse, o que causa reforço e promove viés de confirmação, segregação e polarização.

“Isso vem à custa da qualidade da informação e leva à proliferação de narrativas tendenciosas fomentadas por rumores, desconfianças e paranoias sem fundamento”, escreveram os autores.

Pesquisadores da Universidade de Boston e de várias instituições italianas, se referiram a este fenômeno como uma ‘câmara de eco’ (do inglês ‘echo chamber’), na qual uma rede de pessoas com ideias semelhantes compartilha teorias controversas, visões tendenciosas e notícias seletivas. Essas informações são então repetidas de volta e aceitas como fatos entre os membros.

“Nossos resultados mostraram que os usuários tendem a selecionar e compartilhar conteúdo relacionado a uma narrativa específica e ignorar o resto”, disseram os autores.

“Se um artigo ou notícia, fundamentada ou não, é aceito como verdadeiro por um leitor, este pode ser fortemente afetado por quanto o artigo é coerente com o sistema de crenças do próprio indivíduo”, acrescentaram.

Os autores observaram que a ‘câmara de eco’ pode ser a razão pela qual certos fenômenos se tornaram difundidos, como a rejeição da evidência do aquecimento global. Eles afirmam que, embora a informação científica muitas vezes possa ser rastreada, as origens de teorias conspiratórias são mais difíceis de se identificar.

O estudo também menciona que a questão de informações online não confiáveis “virais” tornaram-se tão graves que foram classificadas como uma das maiores ameaças sociais pelo Fórum Econômico Mundial (World Economic Forum).

“A massiva desinformação digital está se tornando difundida em mídias sociais na medida em que foi listado pelo Fórum Econômico Mundial como uma das principais ameaças para a nossa sociedade”, escreveu os autores.

Rodrigo Capra

Rodrigo Capra

Sou nativo de Santos-SP, amante da ciência, filosofia, música e o universo. Cético, secularista, humanista, tradutor e produtor musical nas horas vagas. Meu objetivo por aqui é poder ajudar na divulgação de conteúdos científicos e assuntos pertinentes. Para mim, o conhecimento é o maior bem que se pode obter e, é fundamental que seja amplamente disseminado para que todos possam se beneficiar e assim evoluir como seres humanos.