Traduzido por Julio Batista
Original de Jennifer Nalewicki para a Live Science
Cientistas identificaram oficialmente a maior flor fossilizada já registrada: uma flor de quase 40 milhões de anos preservada em um pedaço de âmbar, de acordo com um estudo publicado em 12 de janeiro na revista Scientific Reports. A flor era conhecida há 150 anos, mas só agora foi definitivamente identificada como uma nova espécie e oferece novas pistas sobre climas e ecossistemas do passado.
Medindo cerca de 28 milímetros de largura, a flor incrivelmente bem preservada é três vezes maior do que a segunda maior flor de âmbar já encontrada e foi descoberta em 1872 nas florestas bálticas do norte da Europa. Ela é datada da época do final do Eoceno (cerca de 38 milhões a 33,9 milhões de anos atrás). Quando o espécime foi descoberto pela primeira vez, os naturalistas o classificaram como a agora extinta Stewartia kowalewskii, uma antiga planta perene com flores, de acordo com um comunicado.
A flor foi então guardada no Museu de História Natural de Berlim por um século e meio. No entanto, durante anos, os pesquisadores questionaram a verdadeira identidade da flor.
Para acabar com a incerteza em torno do gênero e espécie da flor, os pesquisadores extraíram partículas de pólen e as examinaram, juntamente com a anatomia da flor, sob um microscópio. Eles determinaram que a flor não era S. kowalewskii – ou mesmo do gênero Stewartia. Em vez disso, fazia parte do gênero Symplocos, “um gênero de arbustos floridos e pequenas árvores não encontrados na Europa hoje, mas difundidos no leste da Ásia moderna”, de acordo com o The New York Times.
Portanto, os autores do estudo propuseram um novo nome para a flor: Symplocos kowalewskii.
Embora sejam mais difíceis de encontrar, as plantas preservadas em âmbar fornecem aos paleobotânicos uma riqueza de informações, disse Eva-Maria Sadowski, pesquisadora de pós-doutorado no Museu de História Natural de Berlim, ao The New York Times. A reclassificação desta flor é importante porque fornece aos cientistas uma melhor compreensão da diversidade ecológica da floresta de âmbar do Báltico e como o clima do planeta mudou ao longo do tempo.
“Esses minúsculos grãos são registradores naturais de climas e ecossistemas passados que podem nos ajudar a analisar o quanto nosso planeta mudou no passado devido a causas naturais (não humanas)”, disse Regan Dunn, paleobotânico e curador assistente do Rancho do Poço de Piche e Museu de La Brea na Califórnia, EUA, que não estava envolvido com a pesquisa, ao The New York Times. “Isso nos permite entender melhor o quanto nossa espécie está impactando o planeta”.