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Florestas brasileiras estão transitando de sumidouros de carbono para fontes de carbono

Traduzido por Heitor Rodrigues
Original de Bob Yirka para o Phys.org

Um grupo de pesquisadores afiliados a várias instituições brasileiras descobriram que algumas florestas não-amazônicas no Brasil já iniciaram a transição de sumidouros de carbono para fontes de carbono. No artigo publicado na revista Science Advances, a equipe descreve 33 anos de estudo de florestas decíduas, semidecíduas e estacionais perenifólias no estado de Minas Gerais.

Como observam os pesquisadores, por muitos anos cientistas climáticos têm previsto que partes da área florestal no País logo passariam de sumidouros para fontes de carbono — incluindo as florestas tropicais. Eles notaram que, como as temperaturas na área subiram, e como humanos continuaram a queimar florestas, a quantidade de carbono liberada por florestas em algumas partes do mundo, como Minas Gerais, começariam a liberar mais carbono que o que estava sendo capturado através do crescimento natural das árvores. Para descobrir se esse seria o caso de 32 florestas em Minas Gerais, os pesquisadores começaram a medir o sequestro e emissão de dióxido de carbono em 1987. Continuaram monitorando e analisando a região até 2020.

Floresta estacional perenifólia no Brasil. (Créditos: Rubens Santos)

Olhando para os dados, os pesquisadores descobriram que as florestas na região estudada (que cobre 33 hectares de terra) estavam capturando menos 2.6% de carbono por ano em 2020 em comparação com 1987. Durante o mesmo período, a região liberou aproximadamente 3.4% mais dióxido de carbono. Analisando as quantidades totais de captura em comparação a emissão, foi descoberto que a região agora emite mais dióxido de carbono na atmosfera do que sequestra — passando de um sumidouro de carbono para uma fonte de carbono. Os dados também mostram que a região experimentou um ponto de inflexão em 2013.

Florestas semidecíduas no Brasil. (Créditos: Rubens Santos)

Os pesquisadores sugerem que o problema não é sem solução. Mesmo com o planeta em aquecimento, seria possível para a região voltar a ser um sumidouro de carbono se mudanças na gestão de terras fossem feitas. Eles sugerem que o governo brasileiro proíba queimadas e promova o plantio de florestas. Também observam que os esforços para reverter o aquecimento global reduzindo emissões globais podem ajudar. Assim como apontam que a falha em fazer mudanças provavelmente significará mais florestas no País (e em outras partes do mundo) passar de sumidouros para fontes de carbono — incluindo florestas tropicais na bacia do rio Amazonas.


Referências:

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.