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Fraturas de quadril podem aumentar mortalidade

A fratura de quadril é um quadro preocupante no paciente idoso. Como a perda óssea tende a diminuir em associação com osteoporose e osteopenia, o risco de fratura de quadril aumenta.

A pesquisa publicada na Scientific Reports, conduzida por pesquisadores da Amiens University Hospital, França, teve como objetivo analisar a relação entre fraturas de quadril e chances do paciente ir a óbito no futuro. Trata-se de um estudo observacional, prospectivo e de centro único no Hospital Universitário Amiens, França.

Pacientes com fratura de quadril foram internados no departamento de traumatologia da Instituição entre junho de 2016 e junho de 2017. Eles foram prospectivamente incluídos no estudo. Os critérios de inclusão foram idade superior a 65 anos, manejo cirúrgico da fratura de quadril traumática. Para pacientes com comprometimento cognitivo, o parente ou cuidador mais próximo foi informado. Os critérios de não inclusão foram fratura de quadril não traumática (fratura patológica), fratura exposta, acidente de trânsito e fratura periprotética.

Cada paciente foi acompanhado em uma consulta de cirurgia ortopédica organizada em 1 mês, 3 meses, 6 meses e 1 ano após a fratura. Quando o paciente não comparecia à consulta, o status de óbito ou vida a cada momento (1, 3, 6 e 12 meses) era acompanhado pelo médico assistente, pelo paciente, pela pessoa de confiança ou pela prefeitura para solicitar o registro da morte.

De acordo com os resultados, a taxa de mortalidade de um ano para pacientes acima de 65 anos admitidos por fratura de quadril foi de 23,9%. Além disso, idade, tempo de cirurgia maior do que 48 horas foram fatores de risco de mortalidade em 1 ano. Em vista disso, o estudo indica que as principais variáveis associadas ao aumento da mortalidade em pessoas que passaram por cirurgia de fratura de quadril são idade e tempo da cirurgia, quanto menor o tempo, menor a mortalidade.

Referência

  • Huette, P., Abou-Arab, O., Djebara, A. et al. Risk factors and mortality of patients undergoing hip fracture surgery: a one-year follow-up study. Sci Rep 10, 9607 (2020). https://doi.org/10.1038/s41598-020-66614-5
Vitor Engrácia Valenti

Vitor Engrácia Valenti

Graduado em Fisioterapia pela UNESP/Marília. Doutorado em Ciências pela UNIFESP com Sandwich na University of Utah. Pós-Doutor em Fisiopatologia pela USP e Livre-Docente pela UNESP/Marília. É Prof. Adjunto de Fisiologia e Morfofisiopatologia na UNESP/Marília. Membro do corpo editorial da Scientific Reports, da Frontiers in Physiology, da Frontiers in Neuroscience e da Frontiers in Neurology. Coordenador do Centro de Estudos do Sistema Nervoso Autônomo. Contato: vitor.valenti@unesp.br