Traduzido por Julio Batista
Original de Paul M. Sutter para o Universe Today
Como as estrelas mais massivas se formaram? Os astrônomos debateram suas origens por décadas.
Um dos maiores problemas enfrentados por essas teorias é a falta de observações. Estrelas massivas são relativamente raras e, portanto, é difícil capturá-las no ato da formação. Mas novas observações da chamada Nuvem do Dragão podem conter a pista para responder a esse mistério.
Uma equipe de astrônomos usou o telescópio ALMA no deserto de Atacama, no norte do Chile, para estudar a Nuvem do Dragão, uma densa nuvem de hidrogênio molecular que serve como local de formação de estrelas em todo o seu complexo.
Os astrônomos procuravam especificamente a poeira, que, além do gás que compõe a maior parte do complexo, colapsa para formar estrelas.
Os astrônomos encontraram várias regiões de formação estelar ativa, mas também um estranho aglomerado denso sem nenhuma estrela recém-nascida. Após uma investigação mais aprofundada, a equipe descobriu que o aglomerado central era na verdade composto de duas regiões separadas.
Uma das regiões continha mais de 30 massas solares de material, enquanto a outra continha apenas duas massas solares de material.
De acordo com suas observações, esses aglomerados eram muito densos e colapsavam ativamente, o que implica que esses aglomerados logo começariam a formar estrelas.
Mais importante ainda, os astrônomos descobriram que os próprios aglomerados não pareciam se fragmentar em aglomerados menores à medida que colapsavam. Isso dá credibilidade ao modelo de “acreção de núcleo” de formação estelar.
Neste modelo, as estrelas mais massivas colapsam de unidades únicas de nuvens de gás e começam suas vidas já com massas incrivelmente altas. As observações sustentam essa ideia porque, pela primeira vez, pudemos observar uma gigantesca nuvem de gás em colapso direto sem se fragmentar.
Os astrônomos pediram observações mais detalhadas do complexo para desvendar ainda mais o mistério da formação de estrelas massivas.