Pular para o conteúdo

Impressionante imagem do Hubble mostra uma estrela que ainda está nascendo

Por Michelle Starr
Publicado na ScienceAlert

Aproximando-se de uma pequena parte de uma nuvem a 7.500 anos-luz de distância, o Telescópio Espacial Hubble registrou um estágio fascinante no desenvolvimento de estrelas bebês.

É chamada de J025157.5+600606 e é apenas uma protuberância (relativamente) minúscula na colossal Nebulosa da Alma (também conhecida como Westerhout 5), que fica  na constelação de Cassiopeia.

Mas, embora essa parte pareça insignificante na amplitude do complexo da nebulosa ao qual pertence, é um excelente lugar para aprender sobre o nascimento de novas estrelas.

Isso porque J025157.5+600606 revela o que é conhecido como GGEFs – ou seja, Glóbulos Gasosos em Evaporação Flutuantes.

Os GGEFs foram descobertos há pouco tempo e exigem um conjunto específico de condições.

Onde você pode encontrar a J025157.5+600606. Créditos: NASA / JPL-Caltech / UCLA.

As estrelas nas grandes nuvens de berçários estelares são formadas a partir de aglomerados frios de hidrogênio molecular denso que colapsam sob sua própria gravidade, de modo que as estrelas nascem aninhadas em densas nuvens moleculares.

Quando uma estrela muito massiva e quente começa a brilhar, sua intensa radiação ultravioleta ioniza sua nuvem de nascimento, criando uma grande bolha quente de gás ionizado chamada esfera de Strömgren.

Os GGEFs são aglomerados densos de gás mais frio agrupados na esfera de Strömgren, e muitos deles estão ocupados formando suas próprias estrelas.

A fronteira entre os GGEFs e a esfera é vista na imagem do Hubble na região roxa brilhante, pois o calor da estrela quente próxima fotoevapora a camada externa de gás.

Essa perda de densidade significa que podemos olhar dentro dessa nuvem e ver as novas estrelas bebês nascendo.

J025157.5+600606. Créditos: ESA / NASA.

Como os GGEFs são muito densos, esse processo não impede a formação de estrelas em seu interior. Mas, em última análise, o atrapalha, reduzindo o suprimento de gás que alimentaria a estrela que se forma dentro.

Por essa razão, as estrelas nascidas dentro dos GGEFs têm massa relativamente baixa em comparação com as estrelas muito mais massivas das classes O e B que evaporam de seu gás.

Isso não é necessariamente uma coisa ruim. Estrelas menores e mais frias têm expectativa de vida muito mais longa do que suas irmãs mais encorpadas. É até possível que tenha sido assim que nosso Sol nasceu, bilhões de anos atrás.

Você pode ver a imagem em tamanho real da J025157.5+600606 e baixar os diversos tamanhos de papel de parede no site do Telescópio Espacial Hubble.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.