Publicado na Phys
Foi liberada a primeira imagem real de um buraco negro, que está localizado no centro da galáxia M87 a aproximadamente 55 milhões de anos-luz de distância da Terra e possui uma massa de 6,5 bilhões de vezes a massa do Sol.
Esse é um momento histórico para a humanidade, mais uma vez Albert Einstein e a sua bela e intrigante Teoria da Relatividade Geral estavam certos…
Essa bela imagem não se compara a nada que possuíamos antes, pois ela é uma imagem real, todas as outras eram meras simulações computacionais. O trabalho dado para capturar e processar essa imagem foi colossal.
Como a imagem foi capturada?
Essa imagem foi capturada pelo Event Horizon Telescope (EHT), para que fosse possível capturar uma imagem direta do horizonte de eventos de um buraco negro, seria necessário um telescópio do tamanho da Terra, ou seja, algo impossível para a nossa atual capacidade tecnológica. A solução para os cientistas, foi espalhar oito radiotelescópios ao redor do globo, mais especificamente no Havaí, Arizona, Espanha, México, Chile e no Polo Sul.
Na prática, eles acabaram por criar um telescópio virtual com um diâmetro de aproximadamente 12.000 km, quase o diâmetro do nosso planeta.
A imagem em si
A equipe do EHT não focou na imagem do buraco negro Sagitários A, localizado no centro da Via Láctea. Segundo os pesquisadores, o Sagitários A é muito menor do que o M87. Além disso, o Sagitários A era muito menos ativo do M87, que possui um brilho muito maior.
É importante dizer que essa imagem não mostra o buraco negro em si, mas o seu horizonte de eventos: “O telescópio não está olhando para o buraco negro em si, mas para o material que capturou”, segundo McNamara. Ou seja, nós estamos vendo um disco luminoso de gás e plasma incandescente, conhecido como disco de acreção.
A imagem sem precedentes – tantas vezes imaginada na ciência e na ficção científica – foi analisada em seis estudos em coautoria de 200 especialistas de 60 instituições e publicada na revista Astrophysical Journal Letters.
Cunhado em meados dos anos 60 pelo físico norte-americano John Archibald Wheeler, o termo “buraco negro” refere-se a um ponto no espaço onde a matéria é comprimida de modo a criar um campo de gravidade do qual nem a luz pode escapar.