Por Emily Conover
Publicado na Science News
Estrondoso evento no cosmos revelou o que pode ser o triste final de uma estrela de nêutrons sendo engolida por um buraco negro.
Se confirmado, seria a primeira detecção sólida dessa fonte de ondas gravitacionais, relevando um tipo de cataclismo nunca antes observado. Pesquisadores dos observatórios de ondas gravitacionais LIGO e Virgo relataram o evento, que foi detectado em 14 de agosto, em um banco de dados público utilizado por astrônomos.
Os cientistas ainda estão analisando os dados para verificar o que criou as ondas gravitacionais, que são pequenas vibrações no espaço-tempo causadas por objetos massivos e acelerados. Mas uma coisa bastante certa: “Algo ocorreu lá no céu”, diz o físico Daniel Holz, da Universidade de Chicago, membro do LIGO. “Até agora, obviamente, não há nada parecido com o que já tenhamos detectado anteriormente com mais confiança”.
LIGO e Virgo já detectaram anteriormente ondas gravitacionais de pares de buracos negros e de colisões de estrelas de nêutrons, que são estrelas colapsadas extremamente densas. Em abril, os cientistas viram indícios experimentais de um encontro entre um buraco negro e uma estrela de nêutrons, mas o sinal era fraco e poderia ter sido um alarme falso.
Essa nova descoberta oferece evidências muito mais sólidas: a detecção foi tão clara que é muito improvável que seja um alarme falso. Os pesquisadores estimam que o encontro entre os dois objetos ocorreu a cerca de 900 milhões de anos-luz de distância e dentro de uma área de cerca de 23 graus quadrados no céu. (Para comparação, a Lua tem cerca de meio grau de largura.) Desde então, os astrônomos vêm espiando a região com seus telescópios, procurando por qualquer luz que possa ter sido emitida na fusão. Essa luz poderia ter sido liberada se a estrela de nêutrons fosse dilacerada pelo buraco negro antes de ser engolida em suas profundezas.
Um estudo mais aprofundado do encontro poderia ajudar a revelar novos segredos sobre alguns dos objetos mais misteriosos do universo. Mas a detecção potencial é excitante por si só, diz Holz. “O primeiro de tudo é sempre realmente fascinante”.