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Marcas de lutas brutais entre a própria espécie foram encontrados neste enorme Triceratops

Por Carly Cassella
Publicado na ScienceAlert

Uma nova bisbilhotada em um esqueleto de triceratops sugere que o dinossauro já foi chifrado na cabeça por outro de seu tipo.

A cabeça sem igual de três chifres do triceratops é uma grande parte da fama desta espécie, e ainda assim os pesquisadores ainda estão tentando descobrir como ele usou seu crânio incomum com folhos.

Os grandes folhos ósseos na parte de trás da cabeça do triceratops são frequentemente crivados de perfurações e fraturas, o que levou alguns especialistas a sugerir que o herbívoro puxava briga com sua própria espécie e talvez até com seus predadores, como o tiranossauro.

Para se proteger, um triceratops pode ter usado seus chifres como armas e seu folho como escudo. Mas há outras explicações também.

Alguns especialistas acham que lesões no folho do pescoço são sinais de envelhecimento natural, enquanto outros ainda suspeitam que os folhos sejam ornamentais, usados ​​para impressionar o outro sexo ou competidores do mesmo sexo.

Agora, um dos maiores esqueletos de triceratops já encontrados favoreceu o debate para um dos lados e causou uma boa impressão.

O esqueleto foi apelidado de Big John; quando foi descoberto em 2014, os pesquisadores notaram que o folho do pescoço estava completamente perfurado.

O ferimento encontrado no pescoço de Big John. Créditos: Ferrara A. / Briano I.

Colocando o forro sob o microscópio, os especialistas agora encontraram evidências de que o triceratops foi atacado por sua própria espécie enquanto estava de costas.

No passado, os paleontólogos usaram as feridas no forro do pescoço para descobrir maneiras pelas quais os triceratops poderiam ter lutado entre si. Por exemplo, os dinossauros podem ter travado seus chifres superiores ou usado o chifre do nariz como arma.

Mas nenhuma dessas técnicas de luta explica o ferimento em Big John.

“Parece provável que a ferida tenha sido infligida por trás de Big John, por meio do qual o chifre do rival teria penetrado no forro e depois deslizado em direção ao rostro, dando a essa lesão a forma de um buraco de fechadura”, escreveram os autores.

Talvez, em vez de um forro no pescoço defendendo o corpo do dinossauro de um ataque frontal, esses grandes escudos ósseos protegiam a cabeça do triceratops por trás.

No caso de Big John, o forro no pescoço parece ter servido ao seu propósito. O dinossauro finalmente conseguiu sair vivo da briga, mas seu ferimento foi tão grave que, mesmo quando o triceratops finalmente morreu, provavelmente cerca de meio ano depois, ele ainda estava em processo de cura.

Ou, pelo menos, mostrou sinais de cicatrização óssea que se assemelham aos mamíferos. Os especialistas ainda não sabem realmente como os esqueletos de dinossauros se recuperaram de feridas, mas se os autores por trás deste estudo estiverem certos, pode ser notavelmente semelhante à maneira como nossos próprios ossos se curam.

A microanálise da ferida de Big John descobriu que o tecido ósseo circundante era poroso com muitos vasos sanguíneos. Em mamíferos e aves, isso é um sinal de que um novo osso está se formando. A presença de pequenos buracos no osso também sugere que alguma remodelação óssea estava acontecendo para curar partes do forro.

O que acabou matando Big John é desconhecido, mas a preservação de seu forro sugere que ele foi um sobrevivente.

“Este estudo confirma a existência de combates intraespecíficos em Triceratops”, concluíram os autores. “Mais investigações histológicas e microanalíticas em restos fósseis com lesões traumáticas podem ajudar esclarecer mais coisas sobre a fisiopatologia óssea desses répteis”.

O estudo foi publicado na Scientific Reports.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.