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Missão Swift da NASA mapeia ‘espiral da morte’ de uma estrela em um buraco negro

Há cerca de 290 milhões de anos, uma estrela parecida com o Sol perambulou próximo de um buraco negro central da galáxia. As marés intensas rasgaram a estrela distante, o que fez com o evento produzisse uma erupção de luz óptica, ultravioleta e raios X, que chegou a alcançar a Terra em 2014. Agora, uma equipe de cientistas, usando o satélite Swift da NASA, mapeou como e onde esses diferentes comprimentos de onda foram produzidos em tal evento, chamado ASASSN-14li, que estilhaçou a estrela que circundava perto do buraco negro.

Os astrônomos acreditam que o evento ASASSN-14li foi produzido quando uma estrela parecida com o Sol apareceu muito perto de um buraco negro de 3 milhões de massas solares, semelhante ao do centro de nossa própria galáxia. Para comparar: o horizonte de eventos de um buraco negro como este é de cerca de 13 vezes maior do que o do Sol, e o disco de acreção formado pela estrela perturbada poderia estender a mais de duas vezes a distância da Terra com o Sol.

Quando uma estrela circunda muito perto de um buraco negro com 10.000 ou mais vezes massas solares, as forças das marés superam a própria gravidade da estrela, convertendo a estrela em um fluxo de detritos. Os astrônomos chamam isso de um evento de perturbação das marés. A matéria que cai em direção a um buraco negro é coletada em um disco giratório de acreção, onde ela se torna comprimida e aquecida antes de ir para o horizonte de eventos do buraco negro, o ponto do qual nada pode escapar, que os astrônomos não podem observar. As erupções de rupturas das marés levam informações importantes sobre como esses detritos inicialmente se instalam em um disco de acreção.

Os astrônomos sabem que essa emissão de raios X surge perto de um buraco negro. Mas a localização da luz óptica e UV não estava clara. Em alguns dos eventos mais bem estudados, essa emissão parece estar localizada muito mais longe do lugar onde as marés de um buraco negro poderiam estilhaçar a estrela. Além disso, o gás que emite a luz parece permanecer a temperaturas constantes por muito mais tempo do que o esperado.

ASASSN-14li foi descoberto em 22 de novembro de 2014, a partir de imagens obtidas pela All Sky Automated Survey for SuperNovae (ASASSN).

Em um artigo publicado na The Astrophysical Journal, Dheeraj Pasham, astrofísico do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e pesquisador do estudo, explica como as interações entre os escombros podem criar as emissões ópticas e UV observadas.

Os detritos das marés caem inicialmente em direção ao buraco negro, mas ultrapassam, arqueando para fora ao longo de órbitas elípticas e, eventualmente, colidindo com o fluxo de entrada.

Para mais informações, consulte o artigo da NASA.