Por Elizabeth Howell
Publicado na Live Science
Um mistério que intrigou astrônomos por mais de uma década foi finalmente solucionado.
Pesquisadores usando dados do Telescópio Hubble determinaram que a supernova SN 1993J – que foi primeiramente observada em 1993, como o nome sugere – ocorreu porque uma estrela roubou hidrogênio de outra.
“Isso é como uma cena do crime, e nós finalmente encontramos o ladrão,” disse o coautor Alex Filippenko, professor de astronomia na Universidade da Califórnia, em uma declaração. “A estrela secundária roubou um monte de hidrogênio antes da primária explodir.”
Um sinal revelador que algo era incomum chegou quando foi observada a composição de SN 1993J, que é uma supernova tipo IIb – um tipo raro que tem muito menos hidrogênio de que supernovas típicas.
Astrônomos começaram a procurar pela estrela secundária logo após a descoberta da supernova, que fica na galáxia Messier 81, cerca de 11 milhões de anos-luz da Terra. Porém, eles não haviam conseguido encontrar a secundária porque a zona da supernova estava tão aglomerada que era difícil saber se estavam olhando para a estrela correta.
“Um sistema binário geralmente requer a perda da maioria da capa de hidrogênio da estrela primária,” disse Ori Fox, autor principal do estudo, também da Universidade da Califórnia. “O problema é que, até agora observações diretas da estrela secundária prevista têm sido difíceis de obter, uma vez que é tão fraca comparada à própria supernova.”
O que eventualmente virou o jogo foi combinar imagens óticas com dados em ultravioleta (UV) do Hubble para encontrar o espectro dos elementos que se espera emanar da estrela secundária. A equipe planeja examinar o sistema a fundo a fim de encontrar mais propriedades da estrela e para entender melhor como estrelas explodem, disseram os pesquisadores.
“Nós conseguimos aquele espectro UV com o Hubble. Isso conclusivamente mostra que há um excesso de emissão contínua no UV, mesmo após a luz de outras estrelas ser subtraída,” disse o coautor Azalee Bostroem do Instituto Científico de Telescópios Espaciais de Baltimore, Maryland.
Enquanto supernovas ocorrem a quase todo o tempo a redor do Cosmos, encontrar uma é um desafio para os astrônomos. Muitos deles têm um sinal muito fraco por estarem muito longe, ou são obscurecidos por poeira cósmica. Isso torna a previsão de explosões estelar mais do que um desafio para os cientistas.