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Modelo geológico mais detalhado revela os últimos 100 milhões de anos da Terra

Traduzido por Julio Batista
Original de Universidade de Sydney

Clima, tectônica e tempo se combinam para criar forças poderosas que moldam a face do nosso planeta. Adicione os desenvolvimentos esculturais graduais da superfície da Terra pelos rios e o que para nós parece sólido como rocha está em constante mudança.

No entanto, nossa compreensão desse processo dinâmico tem sido, na melhor das hipóteses, irregular.

Os cientistas publicaram essa semana uma nova pesquisa revelando um modelo detalhado e dinâmico da superfície da Terra nos últimos 100 milhões de anos.

Trabalhando com cientistas na França, os geocientistas da Universidade de Sydney, Austrália, publicaram este novo modelo na revista Science.

Pela primeira vez, ele fornece uma compreensão de alta resolução de como as paisagens geofísicas de hoje foram criadas e como milhões de toneladas de sedimentos fluíram para os oceanos.

O principal autor, Dr. Tristan Salles, da Faculdade de Geociências da Universidade de Sydney, disse:

“Para prever o futuro, devemos entender o passado. Mas nossos modelos geológicos forneceram apenas uma compreensão fragmentada de como as características físicas recentes do nosso planeta se formaram.

“Se você procurar um modelo contínuo da interação entre bacias hidrográficas, erosão em escala global e deposição de sedimentos em alta resolução nos últimos 100 milhões de anos, simplesmente não existe.

“Portanto, este é um grande avanço. Não é apenas uma ferramenta para nos ajudar a investigar o passado, mas também ajudará os cientistas a entender e prever o futuro.”

(Créditos: Universidade de Sydney)

Usando uma estrutura que incorpora geodinâmica, forças tectônicas e climáticas com processos de superfície, a equipe científica apresentou um novo modelo dinâmico dos últimos 100 milhões de anos em alta resolução (até 10 quilômetros), dividido em quadros de um milhão de anos.

O segundo autor, Dr. Laurent Husson, do Instituto de Ciências de Terra em Grenoble, França, disse:

“Este modelo de alta resolução sem precedentes do passado recente da Terra equipará os geocientistas com uma compreensão mais completa e dinâmica da superfície da Terra.

“Criticamente, ele captura a dinâmica da transferência de sedimentos da terra para os oceanos de uma forma que não conseguimos anteriormente”.

O Dr. Salles disse que entender o fluxo de sedimentos terrestres para ambientes marinhos é vital para compreender a química oceânica atual.

“Dado que a química dos oceanos está mudando rapidamente devido às mudanças climáticas induzidas pelo homem, ter uma imagem mais completa pode ajudar na nossa compreensão dos ambientes marinhos”, disse ele.

O modelo permitirá aos cientistas testar diferentes teorias sobre como a superfície da Terra responderá às mudanças climáticas e às forças tectônicas.

Além disso, a pesquisa fornece um modelo aprimorado para entender como o transporte de sedimentos da Terra regula o ciclo de carbono do planeta ao longo de milhões de anos.

“Nossas descobertas fornecerão um histórico dinâmico e detalhado para cientistas de outras áreas prepararem e testarem hipóteses, como em ciclos bioquímicos ou em evolução biológica”.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.