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‘Múmia de dinossauro’: encontramos um dos dinossauros mais bem preservados de todos os tempos

Traduzido por Julio Batista
Original de Orlando Mayorquin para o USA Today

Pesquisadores no Canadá descobriram partes do que acreditam ser uma “múmia de dinossauro” completa alojada em uma encosta, anunciou a Universidade de Reading, no Reino Unido, na semana passada.

Acredita-se que os dois fósseis expostos, uma pata e parte de uma cauda revestidos de pele fossilizada, pertençam a um dinossauro hadrossauro juvenil com bico de pato que morreu entre 77 milhões e 75 milhões de anos atrás, cerca de 10 milhões de anos antes da extinção dos dinossauros, disseram os pesquisadores. Os cientistas começaram a escavação do local para remover todos os restos mortais da colina.

“Está tão bem preservado que você pode ver as escamas individuais, podemos ver alguns tendões e parece que teremos amostras de pele em todo o animal”, disse Brian Pickles, paleontólogo e professor de ecologia da Universidade de Reading, ao USA TODAY. “O que significa que, se tivermos muita sorte, alguns dos outros órgãos internos também podem ter sido preservados.”

Se os restos estiverem em tão boa forma quanto Pickles espera, seria um dos fósseis de dinossauros mais bem preservados já descobertos e forneceria aos cientistas uma imagem mais clara de como era o dinossauro quando vagava pela Terra.

Na melhor das hipóteses, o conteúdo do estômago da criatura pode ser preservado, permitindo que os cientistas determinem a última refeição do animal, disse Pickles.

‘Perfeitamente preservado’

Um membro de uma equipe de campo liderada por Pickles, o paleontólogo Caleb Brown, do Museu Real de Tyrrell do Canadá, e cientistas da Universidade da Nova Inglaterra, na Austrália, avistaram pela primeira vez o fóssil em um penhasco durante uma viagem de reconhecimento de campo internacional no ano passado no Parque Provincial dos Dinossauros em Alberta, Canadá.

“É difícil imaginar. Este animal morreu há 76 milhões de anos. Ele foi perfeitamente preservado desde então e acabou aparecendo na erosão deste penhasco quando estávamos passando”, disse Pickles.

“Este animal provavelmente morreu e imediatamente foi coberto por areia e lodo no rio”, disse Pickles. “Ou foi morto porque a margem de um rio caiu sobre ele.”

Fósseis de hadrossauros são comuns na América do Norte, mas encontrar fósseis de infanto-juvenis é raro.

“Os dinossauros realmente cresciam muito rapidamente, então encontrar dinossauros juvenis no registro fóssil é importante porque pode nos dizer muito sobre como suas vidas progrediram”, disse Pickles.

Pickles estima que o dinossauro tenha cerca de 4 metros de comprimento, em torno do comprimento de um carro. Hadrossauros adultos tinham cerca de 10 metros de comprimento, disse Pickles.

É muito cedo para identificar a espécie exata. Os cientistas precisarão analisar o crânio, disse Pickles. Mesmo assim, o crânio pode parecer diferente de qualquer coisa no registro, já que o animal ainda estava em seus anos de desenvolvimento.

Outras descobertas

Outros dinossauros foram encontrados com pedaços ou grandes quantidades de pele intacta antes. Um pequeno Psitacossauro na Alemanha foi encontrado com grande parte de sua pele e tecido, incluindo sua cloaca (funcionalmente, um ânus) preservada.

E um Borealopelta exibido no Museu Real de Tyrrell foi encontrado com grande parte de sua pele intacta no Canadá há alguns anos, informou o Atlantic.

Mas o dinossauro na Alemanha era bastante pequeno, e alguns dos restos de Borealopelta estavam faltando. O Hadrossauro sendo desenterrado no Canadá pode ser o maior e mais completo.

Pickles disse que a equipe espera esculpir um bloco contendo o esqueleto da colina até o final do próximo verão.

Em seguida, ele será transportado para um laboratório onde uma equipe usará ferramentas mais finas para trazer o animal à superfície antes de ser exibido no Museu Real de dinossauros de Tyrrell.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.